Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/05/o-que-mantem-um-homem-vivo-peca-de.html antes de ler esta
postagem:
“(a peça) oferece o que há de mais potente na obra do dramaturgo alemão. Há um mundo organizado em bases desumanas. Bertold Brecht quer contribuir para sua mudança. Seu teatro é crítico, agudo, lúcido. Ele busca aclarar as contradições do indivíduo no relacionamento social. Brecht é carne, suor e sobrevivência e sua obra é inspirada no ser humano concreto em luta diária pelo pão.
Afinal, O que mantém o homem vivo?
Brecht responde: ‘Um homem é um homem e ele é muito difícil destruir’.”
(...)
Já manifestamos por
aqui o apreço à obra de Brecht, sempre questionadora e incentivadora da participação política. Por ocasião de
sequências didáticas sugeridas neste blog, selecionei alguns de seus poemas e
os registrei em postagens anteriores. Vale conferir no marcador “poesia”.
Segue
nesta postagem “A queima de livros”, poema de Brecht destacado por Borghi no
encarte de “O que mantém um homem vivo?”
(...)
A queima de livros –
Bertold Brecht
Quando o regime ordenou que
fossem
queimados
publicamente
Os
livros que continham saber pernicioso,
e em toda parte
Fizeram bois arrastarem
carros de livros
Para
as pilhas em fogo, um poeta
perseguido
Um dos melhores, estudando
a lista dos
livros
queimados
Descobriu, horrorizado, que
os seus
Haviam sido esquecidos. A
cólera o fez
correr
Célere até sua mesa, e escrever uma carta
aos donos do poder
Queimem-me! Escreveu
com pena veloz.
Queimem-me!
Não
me façam uma coisa dessas! Não me
deixem de lado! Eu
não
relatei
sempre a verdade em meus livros?
E agora tratam-me
Como um mentiroso! Eu
lhes ordeno
Queimem-me!
(...)
Um abraço,
Prof.Gilberto