Maud não ficou totalmente desamparada... Suas companheiras sufragistas a encaminharam ao sindicato, que conseguiu uma pensão na qual ela teria ao menos onde dormir.
A situação na lavanderia, porém, tornava-se insustentável... Sempre soube da exploração extremada das mulheres... Ela também fora vítima dos abusos do senhor Taylor. Mas o seu modo de encarar a realidade havia mudado muito.
Os jornais estamparam fotografias das sufragistas acusadas de promover as maiores confusões na cidade. Maud estava entre elas, e isso provocou uma série de provocações no trabalho. Taylor se aproximou para tomar satisfações e para provocá-la...
O tipo a abraçou pela cintura e falou-lhe ao pé do ouvido... Ele não esperava que Maud reagisse à sua ousadia... Sem pestanejar, ela queimou a mão de Taylor com o seu ferro de passar.
(...)
O inspetor Steed entendia que Maud podia colaborar com
as investigações.
Ele sabia das dificuldades que a jovem vinha enfrentando com o marido,
que a impedia de ver o filho... Ele também considerava o seu passado de mulher
ajustada, uma funcionária exemplar que nunca havia se envolvido com as arruaças
sindicais.
Steed pretendia aniquilar o movimento feminista, mas para isso tinha de
conhecer os locais de reunião e os documentos que produziam... Devia se
antecipar às ações sufragistas para prender as principais cabeças do movimento.
O tira propôs colocá-la em liberdade... Porém ela teria de agir como
informante da polícia... A moça teria tempo para pensar. Sem dúvida o inspetor esperava
que ela levasse em consideração a possibilidade de ser ajudada por ele.
(...)
Sonny estava irredutível... Não permitiria que Maud tivesse acesso ao
pequeno George. A lei o protegia e a mãe não tinha direito à guarda da
criança...
A vizinhança dava-lhe total
razão.
O contato com o filho só
seria possível às escondidas... Numa ocasião Maud foi à escola e chamou o
garoto para que pudessem ficar juntos durante a tarde.
O sofrimento de Maud
a levou a entender que sua motivação devia ser muito maior do que a questão
eleitoral... Ela sabia bem a que tipo de condição as mulheres estavam
submetidas nas fábricas e em suas famílias...
(...)
Para piorar a sua situação, Sony entregou o filho para a adoção... Seus
protestos e os de George de nada adiantaram... Um casal compareceu à casa para
assumir a guarda do menino.
(...)
Entre as sufragistas a
radicalização crescia... Sobretudo porque elas notavam um claro boicote da
imprensa em relação à causa. Suas ações não repercutiam nos jornais... Isso gerava
a falsa impressão de que simplesmente o movimento feminista não era fato.
Maud não se importava mais... Não havia mais nada que
a pudesse impedir de prosseguir nos atentados mais arriscados planejados pelas companheiras...
Ela participou diretamente das explosões das caixas de correios e do corte das
linhas telegráficas... Em resposta ao inspetor Steed, deixou claro que não
trairia o movimento.
Apesar de todos os esforços e riscos que as manifestantes assumiam, a
repercussão pela imprensa era praticamente nula, pois os jornais recebiam
orientações da polícia.
Quanto mais se viam acuadas
e desprezadas pela opinião pública, mais as sufragistas radicalizavam as
ações... Foi assim que decidiram explodir a mansão de um político que possuía
vínculos escandalosos com certos jornais.
O atentado ocorreu conforme planejaram... Só
depois ficaram sabendo que a residência não estava ocupada... A polícia foi
implacável na perseguição às suspeitas... E mais uma vez Maud se viu
encarcerada...
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto