terça-feira, 24 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – Afrodite irrita-se ao saber do devotamento dispensado a Psique; a deusa incube Eros de gotejar água da fonte amarga no rosto da princesa para amaldiçoa-la; a divindade do Amor desce até o aposento de Psique, contempla a sua beleza e lamenta a crueldade da punição imposta

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/12/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_23.html antes de ler esta postagem:


Afrodite estava incomodada com o fato de os templos a ela destinados estarem vazios... Eros disse a ela que todos a veneravam, mas emendou que entre os mortais havia Psique, uma princesa que maravilhava as pessoas com a sua beleza... Os homens se encantavam de tal forma com ela que se atiravam submissos aos seus pés.
O relato de Eros foi finalizado por um suspiro... Ele notou que a mãe o observava e ouvia atentamente enquanto finalizava suas conclusões.
(...)
O jovem e belo deus alado explicou que até então ninguém conhecera a beleza estonteante de Psique porque ela permanecera confinada no palácio... Mas, acrescentou, uma incursão para além dos muros permitiu que o povo a conhecesse e passasse a admirar os seus dotes... Sabia-se que a consideravam uma semideusa e que até altar em sua honra já havia sido erguido.
A vaidosa Afrodite não conseguiu ouvir aquelas revelações sem uma ponta de revolta e quis saber mais a respeito do altar destinado a Psique. Eros esclareceu que os idólatras para lá afluíam e depositavam muitas oferendas.
Essa última informação foi a gota d’água para que Afrodite explodisse toda a sua indignação... Não era possível que uma reles mortal a afrontasse. E justo a ela, que havia recebido a Palma da Beleza, honraria divina “que nem mesmo Hera, a mulher de Zeus” obtivera.
A situação era demais vexatória para a deusa, que decidiu “dar um motivo” para que Psique se arrependesse por tão ousada afronta...
Eros demonstrou preocupação com a agitação de Afrodite. Deu sua opinião sentenciando que retirar a beleza da mortal seria algo injusto... Mas não era essa a intenção da deusa. Para ela, a melhor punição consistia em “tirar o efeito que a beleza de Psique causava nos homens”... Para tanto, contava com os préstimos de Eros que certamente concretizaria a sua vingança.
O deus do Amor não demonstrou grande entusiasmo, mas Afrodite explicou que o banquete com os deuses a impediria de ela mesma “dar a merecida lição” à mortal... Então ela explicou ao filho que em seu jardim havia duas fontes (uma com água doce e outra com água amarga). Bastava ele coletar um pouco da água amarga num frasco e visitar Psique em pleno sono para pingar algumas gotas do líquido enfeitiçado em seu rosto. Isso seria suficiente para que instantaneamente ela perdesse o seu encanto...
Eros entendeu que aquele castigo faria com que ninguém mais se interessasse por Psique. Acostumado a espalhar sentimentos apaixonados e a enamorar os casais, quis saber de Afrodite se a princesa nunca conseguiria se casar... A deusa da Beleza respondeu que isso tinha a ver com a “segunda parte de seu plano” de vingança.
Ela exigiu rapidez na execução de seu projeto contra a mortal. Garantiu ao filho que estava ficando irritada e que isso não era bom para ela, pois a irritação produzia rugas em seu belo rosto.
(...)
Eros abriu suas asas e sobrevoou o reino onde Psique vivia... O momento era ideal, já que os que viviam no castelo dormiam profundamente. Mesmo assim, fez-se invisível aos olhos humanos, então pôde descer aos aposentos de Psique sem que nenhum inconveniente fosse provocado. Tornou-se materializado e aproximou-se do leito da princesa... Então pôde ver o quanto ela era bela de fato. Lamentou profundamente ter sido encarregado de concretizar a crueldade estabelecida por sua divina mãe...
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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