A história se passa durante o século VII a.C...
O soberano de um dos reinos que formavam a Grécia estava muito preocupado com os destinos políticos de sua nação... É que ele desejava que a gravidez de sua esposa resultasse no nascimento de um menino. Só assim a sua sucessão estaria garantida.
A consulta a oráculos era muito comum entre os gregos, que entendiam a proclamação sacerdotal como presságio dos deuses... E não foi diferente no caso desse monarca. Como a família real já contava duas princesas, o rei quis saber o que o futuro lhe reservava...
Foi assim que ficou sabendo que seria pai de mais uma princesa.
O rei entendia a situação como muito grave para a estabilidade de seu país, então nada disse a respeito daquela antevisão até o dia do parto.
Logo todos tomaram conhecimento do nascimento de uma bela criança... O pai dirigiu-se ao templo de Apolo, fez as habituais oferendas, agradeceu pelo ocorrido e prometeu educar a filha com responsabilidade... Jurou que a menina teria uma formação especial. Esse compromisso incluía o ensino “dos mitos, alfabeto e história de seu povo” assumido perante o oráculo... Por orientação do religioso, a menina recebeu o nome de Psique.
(...)
Não podemos dizer que Magnetes e Téssora, as duas irmãs da pequena
Psique, também tivessem uma formação voltada para os estudos... Prova disso eram
as preocupações que demonstravam unicamente com a própria aparência. Interessavam-se
pelas coisas de maior valor material. Em comum tinham o gosto pela
ostentação... Sobretudo, sonhavam com a realização de bons casamentos.
Certa vez Téssora protestou por não ter nenhum cordão de no pescoço...
Acreditava mesmo que nenhum príncipe a notaria por causa disso. Ao ouvi-la,
Magnetes suspirou desejando que tivessem o poder de transformar tudo o que tocassem
em ouro... Então a pequena Psique advertiu-a citando a história do rei Midas
(de Brômio), que padeceu de intensa infelicidade exatamente por pedir tal
poder...
Magnetes não entendia como alguém que podia transformar tudo o que
tocasse em ouro se tornasse infeliz... Psique prosseguiu dizendo-lhes o óbvio,
pois Midas sequer podia beber ou comer porque vinho e alimentos também se
transformavam no metal logo que tocavam a sua boca.

As duas irmãs pouco se importavam com aqueles ensinamentos tradicionais
que a mais nova estava recebendo do pai... Téssora divertiu-se com a
preocupação de Psique... A moça fingiu sensibilidade pelo destino de Midas para
depois rir com Magnetes ao perguntar por que ele não vendeu a estátua de
ouro...
É claro que Psique
ficou chateada com o deboche das duas... Téssora explicou-lhe que ela estava
levando muito a sério a sua formação. Na opinião dela e de Magnetes nem todas
as coisas que os mestres ensinavam devia ser verdade... Aquela narrativa sobre
o rei Midas, e de deuses e heróis também, só podia ser absurda.
Magnetes demonstrou que não adiantava conversar com Psique... Para ela,
a caçula estava se tornando arrogante por dedicar-se tanto às “histórias
estúpidas” que o pai contava... Então completou dizendo que Psique era, além de
chata, uma intrometida que pensava que sabia de tudo.
Assim encerrou a conversa, disse que havia
ficado enjoada e que precisava passear um pouco.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/12/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_16.html
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto