quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

“Eros e Psique” – a partir de texto de João Pedro Roriz – também o príncipe mais jovem ficou encantado com Psique e a chamou de “mais bela que Afrodite”; rei e rainha discutem sobre a frustrada visita dos príncipes; a rainha quis saber por que o rei insistia em tornar Psique sacerdotisa; o rei exige que a caçula permaneça longe dos olhares masculinos e se diz “amaldiçoado pelos deuses” por não ter um primogênito; a rainha o acusa de tratar as filhas como “moedas de troca”

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/12/eros-e-psique-partir-de-texto-de-joao_18.html antes de ler esta postagem:

Revoltados com a insistência do rei em não admitir que a pequena Psique se casasse, os dois príncipes decidiram deixar o reino... Julgaram-no recalcitrante e consideraram a sua teimosia temerária, pois entendiam que daquela forma dificilmente os dois reinos fariam acordos políticos.
Vimos que o mais velho se mostrava mais irritado com o rei, mas é verdade que o seu jovem primo também estava encantado com Psique... Este rapaz foi puxado para fora pelo outro... Já iam longe quando ele voltou-se para gritar que Psique era mais linda que a própria Afrodite.
(...)
Magnetes e Téssora ficaram arrasadas com o que haviam presenciado. O rei pediu que se retirassem para que pudesse conversar mais reservadamente com a esposa.
(...)
Ele disse que a mulher errou ao desobedecê-lo... Ele havia pedido para manter Psique no quarto... De sua parte, a rainha esclareceu que não aceitava transformar a filha numa prisioneira... E protestou quando disse que ficara sabendo a respeito de sua intenção de transformar a caçula numa sacerdotisa...
O marido era só lamento... Ele explicou que a única coisa que pedia era que Psique fosse mantida distante dos olhares masculinos... A visita dos príncipes resultara em catastrófica porque, em seu entendimento, a rainha “destruiu os seus planos”.
A mulher argumentou que ele mesmo não sabia quais eram os reais planos de Psique... Garantiu que a menina sonhava em casar-se... Sobre isso, o rei garantiu que nem a filha nem a rainha sabiam o que diziam.
A rainha estava quase desabando em choro. Foi com angústia que disse que o marido nunca lhe dizia nada, e estava claro que guardava segredos... Ela mesma não entendia a razão de tanta pressa em ver Téssora e Magnetes casadas.
O rei respondeu que ela não entendia e nem podia entender... Lamentando, disse que se tivesse um filho poderia conquistar “outros reinos através das armas”... Sendo assim, a rainha tinha sua parcela de culpa, pois só havia gerado filhas... Ele esclareceu que para manter a família no poder deviam casar as filhas com príncipes, pois isso possibilitaria alianças políticas... Sua esperança era casar Téssora para que, no futuro, ela se tornasse rainha em memória dos ancestrais.
A esposa reclamou que ele usava as filhas “para fazer jogos políticos”... Mais uma vez o via reclamando do fato de não ter um “filho homem”... Então estava claro por que explorava a “utilidade política” das filhas...
A rainha percebeu que o marido a culpava... Não se conteve e chorou... Perguntou-lhe o motivo de insistir em transformar Psique em sacerdotisa. Então o rei explicou que a caçula era diferente das outras duas e que, exatamente por isso, não poderia ser avistada por nenhum homem. Implorando, ele disse que a esposa tinha a tarefa de convencê-la a não se casar...
Ele cobrou eficiência da esposa no ocultamento de Psique... Esbravejou... Disse que se ela falhasse teria de chicotear a pobre menina.
A rainha, que queria apenas saber por que ele havia tomado aquela decisão radical para o futuro de Psique, respondeu que a sua decisão era uma loucura... Então o rei quis se justificar dizendo que havia sido amaldiçoado pelos deuses.
A mulher tornou-se decepcionada... Disse que era uma injustiça ele pensar daquela forma... Em sua opinião, em vez de o marido considerar-se um amaldiçoado, deveria agradecer por ser pai de três belas moças...
Por fim, disse que ele só se interessava por um primogênito ao mesmo tempo em que desprezava as mulheres, “meras moedas de troca, um objeto fútil”.
Leia: Eros e Psique. Coleção Mitológica. Editora Paulus.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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