segunda-feira, 17 de junho de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – Álvaro conseguiu dizer à Cecília que lhe trouxe uma lembrança do Rio de Janeiro; a moça estava preocupada mesmo pela vida do amigo índio, que também era prezado por d. Antônio; em meio às encomendas, armas de fogo para Peri; Peri retorna

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/06/o-guarani-de-jose-de-alencar-poesia-do.html antes de ler esta postagem:

Dona Lauriana disse que se Peri morresse não estariam perdendo “grande coisa”... Neste ponto do texto ficamos sabendo o motivo da caçada de Peri... Cecília explicou o seu desespero dizendo que, se o amigo morresse, ela seria a culpada.
Querendo entender melhor a situação, pois a moça chorava copiosamente, d. Antônio perguntou o que havia ocorrido. Então Cecília explicou que em conversa com a prima Isabel havia dito em tom de brincadeira que gostaria de ver uma onça viva... D. Antônio entendeu que, sendo Peri extremamente devotado a Cecília e aos seus caprichos, resolveu satisfazer mais esse desejo... Inconsolável, Cecília repetiu que o índio deveria estar morto por causa disso. Seu pai tentou animá-la dizendo que Peri sabia se defender muito bem.
Cecília quis saber por que Álvaro não o ajudou... O rapaz explicou o que havia se passado na floresta... D. Antônio entendeu perfeitamente, e fez o seu comentário a respeito do caráter de Peri, algo que admirava sinceramente... Chamou-o “cavalheiro português no corpo de um selvagem”... E fez referência ao “dia em que salvou Cecília”...
A conversa prosseguiu, mas a triste Cecília demonstrou indisposição para a convivência... Álvaro e d. Antônio ainda conversaram até umas oito horas da noite... Enquanto as pessoas entravam na casa, o moço enxergou oportunidade para trocar outras palavras com a amada... E é neste ponto que ficamos sabendo a respeito das encomendas que fizera... Álvaro contou-lhe que trouxe tudo o que ela havia pedido e algo mais (para ela) que não fazia parte da lista da donzela... Cecília respondeu que, se não era parte de seus pedidos, não queria receber... O rapaz insistiu e revelou que queria entregar-lhe por tratar-se de uma lembrança sua... Ela o orientou a guardar bem a tal lembrança, e imediatamente dirigiu-se para perto do pai. E foi nesse momento que o moço deu-lhe um pequeno cofre que continha “joias, sedas, espiguilhas de linho, fitas, glacês, “holandas”, e um par de pistolas embutidas”.
As armas eram para Peri (na adaptação de Pallottini não temos essa informação), e Cecília lamentou o fato de talvez elas não serem de nenhuma utilidade para ele... Álvaro pensava na desfeita da moça em relação à prenda que trouxera com tanta esperança e amor sincero. O moço viu d. Antônio retirar-se silenciosamente... Depois dele foi a vez de Cecília recolher-se ao seu quarto, onde ajoelhou-se ante o crucifixo para a sua oração de fim de dia... Antes de deitar-se, ainda dirigiu-se à janela para olhar a cabana da ponta do rochedo, que permanecia vazia... Mais uma vez lembrou-se de que podia ter sido responsável pela morte do amigo índio, aquele que diariamente arriscava a própria vida para vê-la feliz.
A moça ainda “passou os olhos” pelo quarto e viu que tudo ali era presente de Peri... As aves e até o pequeno cervo (que dormia sobre o tapete), penas e peles que enfeitavam as paredes e o chão... É como se Peri criasse para ela “um pequeno templo dos primores da natureza brasileira”...
Enquanto olhava pela janela, Cecília não se lembrava do cavalheiro delicado e tímido que era Álvaro... De repente alegrou-se ao notar ao longe um vulto que vestia uma manta de algodão... Só podia ser Peri... Cecília pôde perceber na escuridão da noite que ele entrou em sua cabana... Isso lhe trouxe tremenda alegria.
Então, antes de adormecer mais aliviada, apreciou mais uma vez todos os mimos que Peri providenciara para ornamentar o seu quarto... Depois passou a dedicar o seu pensamento à mágoa que causara a Álvaro ao desdenhar a lembrança que este lhe trouxe do rio de Janeiro.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/06/o-guarani-de-jose-de-alencar-os.html
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

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