sexta-feira, 14 de junho de 2013

“O Guarani”, de José de Alencar – algumas características de dona Lauriana; sua conversa com d. Antônio sobre o castigo ao filho; retorno da comitiva e notícias sobre a improvável restauração da coroa portuguesa; Álvaro insinua-se para Cecília; três olhares sobre o casal

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/06/o-guarani-de-jose-de-alencar-d-antonio.html antes de ler esta postagem:

Ao lermos esta parte de O Guarani (A Volta) conseguimos entender melhor os motivos de um índio ter aparecido no ambiente de caçada em que se encontrava Peri, e de ter tomado o mesmo caminho deste após observar o ambiente e “auscultar” o chão da floresta... O episódio se relaciona ao crime de d. Diogo e à vingança que os índios, de fato, vinham planejando.
D. Diogo estava a ponto de derramar lágrimas quando seu pai o dispensou... Na sequência, d. Antônio encontrou a esposa na soleira de uma porta... O texto tece algumas características de dona Lauriana, 55 anos, magra, porém forte e conservada... Carregava um colar com uma cruz de ouro no pescoço... Uma “mistura de fidalguia e devoção”...
Em vez de levar uma existência mais recatada, preferia, em meio àquele “nada”, apresentar-se como “a superior” em relação a todos... De fato, instalava-se constantemente numa cadeira de espaldar (de “costas” altas) como se estivesse ocupando um trono... Fazia-lhe falta a suntuosidade das cerimônias religiosas, algo que d. Antônio e seus subordinados pareciam ter substituído pelas orações de fim de dia.
Sem dúvida o casal era formado por dois tipos bem diferentes, mas o fidalgo procurava viver em harmonia com a esposa e satisfazer-lhe todas as suas necessidades... A mulher não admitia a convivência de Isabel, que era repudiada por ela... Mas d. Antônio possuía suas dores de consciência em relação à moça, e é por isso que respeitava a rejeição de Laurinda.
A conversa que tiveram girou em torno do castigo que d. Antônio impôs ao filho... Lauriana principiou protestando sobre a rigidez no tratamento imposto... Sobre isso, d. Antônio retrucou que a mulher era benevolente demais com o moço... E completou comunicando sua decisão de mandá-lo a Salvador para não mais se perder “com extravagâncias”... A mulher mostrou-se desesperada, pois não admitia viver longe do filho. Disse que isso lhe traria muitas inquietações. Mas d. Antônio foi incisivo e fez entender que a decisão estava tomada. Com seu ato de justiça, tirando-o da “sombra da mãe”, esperava torná-lo mais responsável à causa da religião, como verdadeiro fidalgo português.
A conversa foi interrompida pela chegada da comitiva chefiada por Álvaro de Sá, que foi saudado por d. Antônio... Ele e o responsável pela expedição ao Rio de Janeiro apartaram-se dos demais para tratarem de notícias do Rio e também de Portugal... Assim ficou sabendo que não havia mais esperança numa restauração para breve (de fato, só depois de quase 40 anos é que ocorreu a aclamação do duque de Bragança)...
Ao observar Cecília que chegava com Isabel, Álvaro solicitou permissão para cumprimenta-la... A moça manifestou sua surpresa pelo retorno inesperado, enquanto que o rapaz explicou que o retorno deveria ocorrer em tempo ainda mais breve, já que “o corpo tem pressa de retornar ao lugar onde o pensamento insiste em permanecer”... Essas palavras tiveram o poder de corar a donzela, que se aproximou da mãe.
Três pessoas observavam o casal com inegável zelo de atenção. Uma delas era d. Antônio, que considerou que Álvaro e Cecília formavam um belo par; Loredano não gostava do que via, pois tinha interesse impulsivo por Cecília e espumava de raiva ao vê-la tão próxima de Álvaro; Isabel entristecia-se, pois amava Álvaro e seus olhos focavam apenas a ele... Mas é claro que a moça entendia que jamais seria correspondida.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/06/o-guarani-de-jose-de-alencar-poesia-do.html
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

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