Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/06/o-guarani-de-jose-de-alencar-d-antonio.html
antes de ler esta postagem:
Ao lermos esta parte
de O Guarani (A Volta) conseguimos entender
melhor os motivos de um índio ter aparecido no ambiente de caçada em que se
encontrava Peri, e de ter tomado o mesmo caminho deste após observar o ambiente
e “auscultar” o chão da floresta... O episódio se relaciona ao crime de d.
Diogo e à vingança que os índios, de fato, vinham planejando.
D. Diogo estava a ponto de derramar lágrimas quando seu pai o
dispensou... Na sequência, d. Antônio encontrou a esposa na soleira de uma
porta... O texto tece algumas características de dona Lauriana, 55 anos, magra,
porém forte e conservada... Carregava um colar com uma cruz de ouro no
pescoço... Uma “mistura de fidalguia e devoção”...
Em vez de levar uma
existência mais recatada, preferia, em meio àquele “nada”, apresentar-se como “a
superior” em relação a todos... De fato, instalava-se constantemente numa
cadeira de espaldar (de “costas” altas) como se estivesse ocupando um trono...
Fazia-lhe falta a suntuosidade das cerimônias religiosas, algo que d. Antônio e
seus subordinados pareciam ter substituído pelas orações de fim de dia.
Sem dúvida o casal era formado por dois tipos bem
diferentes, mas o fidalgo procurava viver em harmonia com a esposa e
satisfazer-lhe todas as suas necessidades... A mulher não admitia a convivência
de Isabel, que era repudiada por ela... Mas d. Antônio possuía suas dores de
consciência em relação à moça, e é por isso que respeitava a rejeição de Laurinda.
A conversa que tiveram girou em torno do castigo que d. Antônio impôs ao
filho... Lauriana principiou protestando sobre a rigidez no tratamento
imposto... Sobre isso, d. Antônio retrucou que a mulher era benevolente demais
com o moço... E completou comunicando sua decisão de mandá-lo a Salvador para
não mais se perder “com extravagâncias”... A mulher mostrou-se desesperada,
pois não admitia viver longe do filho. Disse que isso lhe traria muitas
inquietações. Mas d. Antônio foi incisivo e fez entender que a decisão estava
tomada. Com seu ato de justiça, tirando-o da “sombra da mãe”, esperava torná-lo
mais responsável à causa da religião, como verdadeiro fidalgo português.
A conversa foi interrompida pela chegada da comitiva chefiada por Álvaro
de Sá, que foi saudado por d. Antônio... Ele e o responsável pela expedição ao
Rio de Janeiro apartaram-se dos demais para tratarem de notícias do Rio e
também de Portugal... Assim ficou sabendo que não havia mais esperança numa
restauração para breve (de fato, só depois de quase 40 anos é que ocorreu a
aclamação do duque de Bragança)...
Ao observar Cecília que chegava com Isabel, Álvaro solicitou permissão
para cumprimenta-la... A moça manifestou sua surpresa pelo retorno inesperado,
enquanto que o rapaz explicou que o retorno deveria ocorrer em tempo ainda mais
breve, já que “o corpo tem pressa de retornar ao lugar onde o pensamento
insiste em permanecer”... Essas palavras tiveram o poder de corar a donzela,
que se aproximou da mãe.
Três pessoas observavam o casal com inegável zelo
de atenção. Uma delas era d. Antônio, que considerou que Álvaro e Cecília
formavam um belo par; Loredano não gostava do que via, pois tinha interesse impulsivo
por Cecília e espumava de raiva ao vê-la tão próxima de Álvaro; Isabel
entristecia-se, pois amava Álvaro e seus olhos focavam apenas a ele... Mas é
claro que a moça entendia que jamais seria correspondida.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/06/o-guarani-de-jose-de-alencar-poesia-do.html
Leia: O guarani. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto