quinta-feira, 28 de março de 2013

“Símon Bolívar”, de Gabriela Pellegrino Soares, em “Coleção Fundadores da América Latina”, coordenada por Maria Ligia Coelho Prado – a “Carta da Jamaica”; compromissos junto aos haitianos; avanços das tropas revolucionárias a partir de 1816

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/03/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_26.html antes de ler esta postagem:

A situação de nítida divisão dos venezuelanos sobre os rumos da emancipação levou Bolívar novamente ao Vice-Reino de Nova Granada. Ali buscou efetivar a adesão para a causa independentista... Ocorre que em Bogotá, Cartagena e outras cidades importantes, a situação era a mesma da Venezuela... Revolucionários e realistas lutavam sem transigir.
Os problemas se tornavam piores porque em fevereiro de 1814 Fernando VII recuperou o trono... Os confrontos se agravaram na América e o monarca decidiu enviar tropas chefiadas pelo general Pablo Morillo para retomar o controle sobre a Venezuela e Nova Granada. O “terrível general” comandava 15 mil soldados que desembarcaram na ilha Margarita em abril de 1815, e avançaram sobre as regiões insurrectas.
No mês seguinte, Bolívar afastou-se do “olho do furacão”, exilou-se no Caribe, onde escreveu o importante documento Carta da Jamaica, que apresentava a sua posição em relação aos “horizontes políticos da causa independentista”. Vale a pena reproduzir o trecho contido no livro:

O véu já foi rasgado, já vimos a luz, e querem nos devolver às trevas; romperam-se os grilhões, já fomos livres, e os nossos inimigos pretendem novamente escravizar-nos. Por isso a América combate desesperadamente, e raras vezes o desespero não acarreta vitória.

Na continuação do documento, Bolívar reclama da omissão de Europa e Estados Unidos (civilizados/ilustrados) perante a complicada situação que se desenrolava na América... Talvez o povo não estivesse preparado para reclamar seus direitos... Indivíduos com maior experiência teriam de guiá-lo até a condição de se tornar autônomo no “universo da política”... Bolívar mostrava que o Federalismo possibilitava as intrigas e as intenções particulares de poder... Assim, as leis sofrem sérias ameaças. Então ele declarou sua preferência por governos centralizados.
A Carta da Jamaica previa que, após a independência, Venezuela e Nova Granada passariam a integrar um único país chamado Colômbia... Este adotaria o sistema inglês, porém sem a figura do monarca. Bolívar defendeu um “poder executivo eleito” (até poderia ser vitalício, mas de modo algum hereditário)... Um “senado legislativo hereditário” intermediaria os entreveros marcados pelas demandas populares com o governo... Um “corpo legislativo de livre eleição” também comporia a gestão.
Em seu final, a Carta da Jamaica conclama a união dos países da “América hispânica” como forma de possibilitar a prosperidade e consolidar a independência.
No final de 1815, Bolívar prosseguiu em sua missão. Da Jamaica seguiu para o Haiti, o país que havia se libertado do jugo francês alguns anos antes. Lá, conseguiu o apoio do presidente Pétion para a causa do exército libertador, que devia promover a libertação dos escravos em todas as regiões que viessem a se emancipar... Esse foi o compromisso firmado com a “negra República antilhana“.
1816 marcou uma série de avanços das tropas fiéis a Bolívar. Elas avançavam pelo interior de Nova Granada e da Venezuela... As planícies das margens do Orenoco (llanos) eram superadas graças ao empenho do general José António Paez... Em agosto de 1819 ocorreu a batalha de Boyacá, que resultou na vitória dos revolucionários e a ocupação das montanhas dos arredores de Bogotá.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2013/04/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino.html
Leia: Simón Bolívar. Fundação Memorial da América Latina.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas