terça-feira, 19 de março de 2013

“Ei! Tem alguém aí?”, de Jostein Gaarder – o fim; Joakim conta à Camila a respeito do nascimento do irmãozinho (ou irmãzinha) dela

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/03/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder-tia.html antes de ler esta postagem:

Os dias se passaram e o irmãozinho de Joakim tornou-se o centro das atenções... A gritaria que iniciava só era acalmada após a chegada da mãe... A amamentação resolvia tudo bem rápido... Joakim e o pai tinham dificuldades para acalmá-lo... Quando não dava atenção ao bebê, Joakim dedicava-se a procurar o coelhinho branco. Sabia que não se importava mais com o fato de tê-lo perdido, mas ficava intrigado com o sumiço.
Joakim revela (à pequena Camila) que também continuou a procurar Mika por todo o tempo desde aquela época... A “revisita” a locais como a “cadeira de pedra”, o ancoradouro ou o “marco de pedras” (localizado no “montinho”) é momento para as lembranças das conversas intermináveis que tiveram. O garoto nunca teve coragem de falar aos pais sobre o amigo espacial, mas houve ocasião em que disse que havia tirado “fotos engraçadas” quando os dois estavam no hospital... Então ele entregou a máquina ao pai... Mas ela esteve sem filme durante todo aquele tempo!
O bebê foi batizado com o nome de Mikael pelo simples fato de os pais de Joakim acharem que o nome combinava com o seu... O menino não se recorda se teve influência na escolha do nome... Isso era possível... Mas pode ser que os pais já haviam decidido mesmo antes do nascimento... Nesse caso, uma bela coincidência.
Na sequência o adulto Joakim escreve à Camila sobre a realidade dos modernos equipamentos e exames hospitalares, que permitem aos pais conhecerem antecipadamente o sexo do bebê que vai nascer... Assim podem escolher seus nomes bem antes do parto... Essas coisas que não podiam ter ocorrido com os seus pais.
Na sequência ele esclarece que a tia Helena é avó de Camila... E Karina, mãe de Camila, é filha de Helena.
Joakim contou que Karina tinha 14 anos quando Mikael nasceu... O tempo havia passado e agora ela era mãe de Camila, uma bela menina de 8 anos... Então Joakim revela a importante notícia que ele tinha para dar, algo a que ele havia feito referência no início de seu texto... Sua prima Karina havia lhe contado uma semana antes que seria mãe de mais um bebê dentro de alguns meses. Então decidiu contar a novidade escrevendo a narrativa sobre o encontro que teve com Mika na época em que tinha a mesma idade que ela. Essa foi a forma de parabenizar Camila pela chegada do irmãozinho (ou irmãzinha, já que Karina não havia feito ultrassom).
Joakim contou mais sobre a festa de batizado do pequeno Mikael... Relatou que fez truques de mágica para os convidados... Algo bem apropriado, pois o nascimento de um humano é algo mágico mesmo. Escreveu que usava uma varinha que ganhou e que para ficar mais elegante usava a cartola do vovô... Sim, aquele velhinho era também avô de Karina e, portanto, bisavô de Camila...
Então o adulto Joakim iniciou uma narrativa sobre como tudo começou... Seus avós se conheceram nas montanhas de Jotunheim (uma bela cadeia de montanhas na Noruega) há muitos anos... Naquele momento eles nem desconfiavam que teriam uma netinha que, aos oito anos, ganharia um irmãozinho (ou irmãzinha)... Mas, acrescentou, muita coisa já havia ocorrido até que o jovem casal de então fizesse aquela escalada... Uma longa estrada que se iniciou com a ousada saída de um anfíbio do mar... Aquele pequeno passo foi gigantesco na história da evolução...
Joakim levou em consideração que a garotinha, depois de ler tanto texto, deveria querer saber se ele realmente conheceu Mika... Não teria sido um sonho? A esse questionamento, registra que faz uma reverência... Ele próprio confessa que muitas vezes já se fez as mesmas perguntas... Sem obter resposta, conclui que o mais importante foi o encontro... Não importa de onde cada uma veio nem onde exatamente se encontraram... A sensação que ficou foi a de, pelo menos naquela noite do nascimento do pequeno Mikael, posicionar-se no “topo do mundo”...
Joakim revela o que pensa... Acredita mesmo que muitos encontros importantes em nossa vida acontecem quando estamos dormindo... Ao sonhar nos elevamos, e é como se saíssemos do vale profundo que é a nossa vida cotidiana... Foi o encontro que teve com Mika que despertou em Joakim a sua vontade de se tornar astrônomo... E foi isso que fez... Passou a estudar o céu e as estrelas... E admitiu que contemplar um bebê recém-nascido é como “fitar as estrelas lá do alto”.
Talvez essa fixação pelo espaço seja apenas uma necessidade de procurar aquele amigo da noite do nascimento de Mikael... Joakim se despede admitindo que possa ter esquecido muitas passagens de sua aventura... E é assim mesmo... É possível que à noite, quando dormimos, nos esquecemos de muitas experiências, mas ao mergulharmos fundo em nossos sonhos “entramos num mundo totalmente novo”... Pode ser que sonhamos para “preencher os espaços vazios de nossa memória”... Mas nossos sonhos “se evaporam logo que acordamos”... Suas últimas palavras foram sobre isso... Lembrar de um sonho é bem difícil, é como agarrar um passarinho... Mas algumas vezes acontece de o passarinho pousar em nosso ombro espontaneamente.
Leia: Ei! Tem alguém aí? Companhia das Letrinhas.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/04/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder.html
Um abraço,
Prof.Gilberto

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