domingo, 17 de março de 2013

“Decamerão”, de Giovanni Boccaccio – Quarta novela do primeiro dia – contada por Dioneio – o final - o abade se locupleta da situação de pecado proporcionada pelo jovem monge; quer permanecer desfrutando sozinho da aventura, mas contenta-se em reparti-la

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/03/decamerao-de-giovanni-boccaccio-quarta.html antes de ler esta postagem:

O jovem monge foi autorizado a sair... O abade pensou sobre as providências a tomar em relação à gravidade do delito... Pensou sobre a possibilidade de chamar os demais religiosos para que testemunhassem a prova contra o rapaz... Mas ponderou que talvez fosse melhor ele mesmo averiguar a situação com a mulher, pois ela bem podia ser esposa ou filha de algum homem ao qual não pretendia envergonhar perante a comunidade.
Cuidadosamente ele se dirigiu à cela do infrator. Entrou e trancou novamente a porta com naturalidade... O velho abade observou a moça atentamente por alguns instantes e aos poucos foi sendo tomado de “desejos ardentes”... Então pensou que não estaria errando se aproveitasse o “presente enviado por Deus”. A situação era oportuna, pois ninguém sabia que a mulher estava ali... Pensou mesmo que “pecado oculto é pecado meio perdoado”... Ninguém saberia do episódio que provavelmente não ocorreria novamente.
A situação que seguiu foi de pleno êxito do abade que havia mudado de planos... A moça entrou em desespero... Mas gentilmente ele pediu que ela não chorasse... E entreteve-se com ela... O jovem monge não seguiu para o bosque conforme o velho abade imaginava. Ele permaneceu escondido e viu que o outro entrou em seu quarto... E viu e ouviu através de um orifício tudo o que lá aconteceu.
O abade retirou-se do quarto do jovem monge, onde deixou a moça trancada. Ele voltou para o seu quarto e calculou que poderia continuar desfrutando de sua aventura amorosa sem que o rapaz o incomodasse... Ao notar que o jovem retornava, mandou chamá-lo para falar-lhe graves palavras (provavelmente referentes ao problema da lenha) e mandá-lo ao cárcere.
Ao ouvir a reprimenda do abade, o jovem monge argumentou que ainda estava se habituando à disciplina da Ordem de São Bento... Disse que sabia dos jejuns e vigílias que todos deviam fazer, mas desconhecia o “ter de se mortificar pelas mulheres”... Insinuou que tinha acabado de flagrar o outro... Completou dizendo que desejava ser perdoado para não ter de proceder como ele.
As palavras do moço foram suficientes para o velho abade reconhecer que o rapaz, além de saber dos seus planos, testemunhou tudo o que fizera... Então ele sentiu-se envergonhado e não teve coragem de impor ao subordinado o castigo que ele mesmo merecia... Assim, o perdoou.
E não foi só isso. Acertaram um acordo "informal"... Por inúmeras vezes deram um jeito de a moça retornar ao mosteiro.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/04/decamerao-de-giovanni-boccaccio-quinta.html
Um abraço,
Prof.Gilberto

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