Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/03/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_25.html antes de ler esta
postagem:
No mesmo ano que Napoleão decretou o Bloqueio
Continental (1806) contra a Inglaterra, a Venezuela passou por duas insurreições
lideradas por Francisco Miranda... Elas deram em fracasso... Francisco Miranda
era um venezuelano que desde cedo se envolveu em eventos revolucionários e
políticos em várias partes do mundo. A lista de episódios dos quais participou
não é pequena: independência dos Estados Unidos; conflitos revolucionários na Rússia
ao tempo de Catarina II; como general entre os girondinos franceses...
Voltando ao contexto de
1810... Madri foi tomada pelas tropas francesas. Ocorreu a resistência... Na
América, os cabildos demonstraram lealdade a Fernando VII. Tanto é que em
Caracas formou-se uma Junta que governou em nome dele... Essa reação deu-se a
19 de abril de 1810.
Por essa ocasião Símon Bolívar estava em San Mateo, onde exercia a
função de juiz principal de Yare e cuidava dos negócios da família. A Junta de
Caracas solicitou seus préstimos... E foi assim que partiu com Andrés Bello para
Londres numa missão que envolvia assuntos de economia. Foi na Inglaterra que
Bolívar entrou em contato com Miranda. O velho revolucionário estava em busca
de apoio de Willian Pitt, primeiro ministro britânico, para as lutas de
libertação das colônias espanholas na América...
Bolívar foi conquistado
pelos ideais e engajamento de Miranda... Aos poucos os seus anseios por
independência tornaram-se mais fortes. Na “Junta Governativa das Províncias da
Venezuela” não havia esse consenso... A emancipação em relação ao império
espanhol gerava insegurança... E Miranda nem era bem visto pelos pares de
Bolívar...
Mas a Junta de Governo
acabou declarando a independência, que se deu a 5 de julho de 1811. Um
triunvirato havia sido nomeado (Cristóbal Mendoza, Juan de Escalona e Baltasar
Padrón)... A ideia de Bolívar de elevar Miranda à condição de líder do
movimento emancipacionista foi aprovada. Para que isso se tornasse realidade a
atuação da Sociedade Patriótica (influenciada pelos dois) foi de fundamental
importância.
Porém a independência
do 5 de julho não efetivou a emancipação que se esperava. Nas diversas
províncias houve fortes reações contra o sistema federativo e a ideia do
triunvirato (com a rotatividade do exercício do poder entre os três membros)
também não era aceita... As críticas vinham de todas as partes... Os clérigos
associaram um terremoto que ocorreu na sexta-feira santa de 1812 às mudanças
radicais que tomaram palco em Caracas... A catástrofe, diziam, “só podia ser
castigo divino”. De qualquer modo, o terremoto prejudicou principalmente as
áreas controladas por rebeldes... Isso favoreceu a reação.
Havia muitos que se
posicionavam contra a emancipação. Entre esses estavam os que esperavam a
restauração de Fernando VII. O espanhol Domingo Monteverde, capitão da Marinha,
liderou os descontentes e conseguiu prender Miranda... A primeira República da
Venezuela teve duração de apenas um ano... Os republicanos, com a aprovação de
Bolívar, entregaram Miranda a Monteverde, que o enviou para a Espanha... Em
1816 Miranda morreu na prisão.
Houve repressão... Bolívar
conseguiu se retirar (graças a um salvo-conduto) do cenário que lhe era muito
desfavorável... Seguiu para Curaçao e depois para Cartagena, no Vice-Reino de
Nova Granada... Foi lá que Bolívar procurou reverter a condição adversa dos
emancipacionistas republicanos. Organizou um pequeno exército para retomar
Caracas... E no dia 7 de agosto de 1813 foi isso mesmo o que aconteceu... O
episódio de sua entrada na capital marca o início da “Segunda República
Venezuelana”.
Mas as divisões
permaneciam. De um lado estavam os realistas, do outro estavam os
revolucionários... Os criollos apoiavam Bolívar... José Tomás Boves, um
realista, conseguiu aglutinar as ansiedades de mestiços, que chegaram a invadir
Caracas e provocaram a fuga aterrorizada da população...
Como
se vê, a concretização da causa emancipacionista era tarefa das mais complexas.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2013/03/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_28.html
Leia: Simón Bolívar. Fundação Memorial da América Latina.
Um abraço,
Prof.Gilberto