sábado, 29 de setembro de 2012

“A Moreninha”, de Joaquim Manuel Macedo – Série Reencontro – encontro de Augusto com as quatro que queriam desmoralizá-lo; compareceram à gruta para “buscar lã e saíram tosquiadas”

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_27.html antes de ler esta postagem:

Aconteceu que Augusto despertou de seu sono agitado. Bem podemos compreender os motivos depois de "ouvirmos" a conversa que as moças acabaram de ter no gabinete feminino... O rapaz foi à procura de um lenço para se secar e encontrou o bilhete no bolso de sua jaqueta... Leu e quis adivinhar quem seria sua incógnita... Surpresa maior ele teve ao notar que no outro bolso havia mais um bilhete. Neste ele leu:
Senhor,
Uma moça, que nem é bonita nem namorada, mas que quer interessar-se por vós, entende dever prevenir-vos que no banco de relva da gruta não achareis, ao amanhecer, uma incógnita, porém quatro conhecidas, que pretendem zombar de vós, porque esta mesma noite jurastes amar a cada uma delas em particular. Não procureis adivinhar quem vos escreve, porque, apesar de vossa amiga, será, por agora,
Uma incógnita
Sabemos muito bem quem escreveu este último bilhete... Augusto ficou pensando sobre o que faria... Logo o dia amanheceu, então seguiu para a gruta... Ao perceberem a sua chegada, as quatro levantaram-se... Ele quis mostrar-se solícito ao convite e disse que beberia um pouco da água. Enquanto isso as moças confabularam sobre quem iniciaria a desmoralização do rapaz... Augusto ouviu a conversa cochichada das moças e, ao retornar à presença delas, começou a falar que “ao beber daquela água, cuja fonte é encantada, adivinhou vários segredos"... Então se dispôs a começar a falar, mas apresentou-se como vítima perante aquelas que não reconheciam um “coração amante”... Decidiu que falaria em particular a cada uma, mas nenhuma delas se mostrou preparada para iniciar um colóquio que se apresentava misterioso.
Augusto solicitou que Gabriela se afastasse com ele. Ele a conduziu para perto da fonte e sentenciou que, para ela, o amor não existe... Ele a fez refletir sobre sua conduta, pois o condenava por jurar amor a quatro moças, enquanto ela correspondia (através de cartas) aos galanteios de cinco rapazes... Então Augusto provou que sabia de seus procedimentos falando sobre o episódio (ele conhecia porque ouviu enquanto esteve escondido debaixo da cama em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_1569.html) da vendedora de empadas que trocou as correspondências que ela enviara para Joãozinho e para Juca... A carta de Joãozinho, inclusive, estava em seu poder... A moça não conseguiu acreditar e procurou o papel em sua bolsa, constatando que Augusto possuía um trunfo... Solicitou-a de volta, mas ele disse que só a teria depois de retornarem à corte.
Depois ele convidou Quinquina até a fonte... Disse saber que ela tinha um namoro com um tenente da Guarda Nacional chamado Gusmão... Acontece que Augusto sabia que Joaquina havia dançado com um velho militar, de quem recebeu um cravo... A flor era desejada por um tipo atraente de nome Lúcio... O escravo Tobias deveria entregar a flor ao jovem, que seria conhecido ao dizer a senha “sete botões”... Mas o cravo estava nas mãos de Augusto por obra de “sua fada” (O texto original relata detalhadamente a situação). Quinquina disse que não reconhecia a flor, mas logo mudou de ideia ao ouvir de seu vingador que a usaria na lapela... A moça implorou perdão e pediu a flor de volta, mas ouviu que só a teria na hora da partida para a corte.
Na vez de Clementina, Augusto fez referencia à madeixa de seus cabelos que deveria ser deixada junto à roseira do jardim para Filipe... Pois a mecha estava em poder de Augusto, que dizia que o assunto devia ser do interesse de dona Ana (avó de Filipe e anfitriã de todos ali)... A moça não tardou a entender que o rapaz havia vencido também a batalha contra ela e retirou-se.
Depois que Clementina deixou a gruta, foi a vez de Joaninha ouvir o que Augusto tinha a dizer... Obviamente ele conhecia vários detalhes da moça, pois lhe haviam sido narrados por Fabrício (que pedira o favor a ele em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/08/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo.html) e foi despachando tudo o que sabia em relação às exigências da moça e seu ciúme todo... Joaninha ficou surpresa com o que ouviu e quis saber como seria possível... Augusto disse que "uma fada contou para ele" aqueles segredos... Mas Joaninha percebeu que havia sido traída por Fabrício... Augusto falou por fim que a fada aconselhava a mocinha a desprezar o infiel a quem devotava amor... Joaninha saiu da gruta agradecendo o encontro e os conselhos que recebera de Augusto.
Sozinho e aliviado depois do encontro com as garotas, Augusto riu e, satisfeito, disse em voz alta que as moças “vieram buscar lã e saíram tosquiadas!”
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo.html
Leia: A Moreninha. Série Reencontro – Literatura. Editora Scipione.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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