Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_27.html antes de ler esta postagem:
Aconteceu que Augusto despertou de seu sono
agitado. Bem podemos compreender os motivos depois de "ouvirmos" a conversa que
as moças acabaram de ter no gabinete feminino... O rapaz foi à procura de um
lenço para se secar e encontrou o bilhete no bolso de sua jaqueta... Leu e quis
adivinhar quem seria sua incógnita... Surpresa maior ele teve ao notar que no outro bolso
havia mais um bilhete. Neste ele leu:
Senhor,
Uma moça, que nem é bonita nem namorada, mas que quer
interessar-se por vós, entende dever prevenir-vos que no banco de relva da
gruta não achareis, ao amanhecer, uma incógnita, porém quatro conhecidas, que
pretendem zombar de vós, porque esta mesma noite jurastes amar a cada uma delas
em particular. Não procureis adivinhar quem vos escreve, porque, apesar de
vossa amiga, será, por agora,
Uma incógnita
Sabemos muito bem quem
escreveu este último bilhete... Augusto ficou pensando sobre o que faria...
Logo o dia amanheceu, então seguiu para a gruta... Ao perceberem a sua chegada,
as quatro levantaram-se... Ele quis mostrar-se solícito ao convite e disse que
beberia um pouco da água. Enquanto isso as moças confabularam sobre quem
iniciaria a desmoralização do rapaz... Augusto ouviu a conversa cochichada das
moças e, ao retornar à presença delas, começou a falar que “ao beber daquela
água, cuja fonte é encantada, adivinhou vários segredos"... Então se dispôs a
começar a falar, mas apresentou-se como vítima perante aquelas que não
reconheciam um “coração amante”... Decidiu que falaria em particular a cada
uma, mas nenhuma delas se mostrou preparada para iniciar um colóquio que se apresentava misterioso.
Augusto solicitou que Gabriela se afastasse com ele. Ele a conduziu para
perto da fonte e sentenciou que, para ela, o amor não existe... Ele a fez refletir
sobre sua conduta, pois o condenava por jurar amor a quatro moças, enquanto ela
correspondia (através de cartas) aos galanteios de cinco rapazes... Então Augusto provou que sabia
de seus procedimentos falando sobre o episódio (ele conhecia porque ouviu
enquanto esteve escondido debaixo da cama em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_1569.html) da vendedora de
empadas que trocou as correspondências que ela enviara para Joãozinho e para
Juca... A carta de Joãozinho, inclusive, estava em seu poder... A moça não
conseguiu acreditar e procurou o papel em sua bolsa, constatando que Augusto
possuía um trunfo... Solicitou-a de volta, mas ele disse que só a teria depois
de retornarem à corte.
Depois ele convidou
Quinquina até a fonte... Disse saber que ela tinha um namoro com um tenente da
Guarda Nacional chamado Gusmão... Acontece que Augusto sabia que Joaquina havia
dançado com um velho militar, de quem recebeu um cravo... A flor era desejada
por um tipo atraente de nome Lúcio... O escravo Tobias deveria entregar a flor
ao jovem, que seria conhecido ao dizer a senha “sete botões”... Mas o
cravo estava nas mãos de Augusto por obra de “sua fada” (O texto original
relata detalhadamente a situação). Quinquina disse que não reconhecia a flor,
mas logo mudou de ideia ao ouvir de seu vingador que a usaria na lapela... A
moça implorou perdão e pediu a flor de volta, mas ouviu que só a teria na hora
da partida para a corte.
Na vez de Clementina,
Augusto fez referencia à madeixa de seus cabelos que deveria ser deixada junto
à roseira do jardim para Filipe... Pois a mecha estava em poder de Augusto, que
dizia que o assunto devia ser do interesse de dona Ana (avó de Filipe e
anfitriã de todos ali)... A moça não tardou a entender que o rapaz havia vencido
também a batalha contra ela e retirou-se.
Depois que Clementina
deixou a gruta, foi a vez de Joaninha ouvir o que Augusto tinha a dizer...
Obviamente ele conhecia vários detalhes da moça, pois lhe haviam sido narrados por Fabrício
(que pedira o favor a ele em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/08/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo.html) e foi despachando tudo o que sabia em relação às
exigências da moça e seu ciúme todo... Joaninha ficou surpresa com o que
ouviu e quis saber como seria possível... Augusto disse que "uma fada contou para ele" aqueles segredos... Mas Joaninha percebeu que havia sido traída por
Fabrício... Augusto falou por fim que a fada aconselhava a mocinha a desprezar
o infiel a quem devotava amor... Joaninha
saiu da gruta agradecendo o encontro e os conselhos que recebera de Augusto.
Sozinho
e aliviado depois do encontro com as garotas, Augusto riu e, satisfeito, disse
em voz alta que as moças “vieram buscar lã e saíram tosquiadas!”
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo.html
Leia: A Moreninha. Série Reencontro – Literatura. Editora Scipione.
Um abraço,
Prof.Gilberto