
Michelangelo Merisi, o Caravaggio, nasceu a 29 de setembro de 1571, em Milão, no norte da Itália. Seus pais eram originários da pequena aldeia de Caravaggio, daí o seu nome artístico... Sua existência contou 38 anos apenas e foi marcada por episódios dignos dos boletins de ocorrência policial. Envolveu-se em brigas e duelos, foi perseguido por autoridades e teve de se refugiar em localidades diversas... A parte final de sua vida deu-se no sul da península, em Nápoles, e também na Sicilia e em Malta.

Não há muitas obras de Caravaggio na exposição, são menos de dez... Elas estão acompanhadas das telas dos chamados seguidores, como Orazio Gentileschi, Giovanni Baglione e Orazio Borgianni.
Episódios bíblicos e religiosos compõem a maior parte dos temas... Qualquer apreciador, mesmo os que não sejam entendidos (e esse é nosso caso), nota o contraste entre a luminosidade (sempre presente e focando determinado ponto) e uma área de sombra em que ricos detalhes não são desprezados... Normalmente, a obra de Caravaggio é colocada no contexto Barroco e, de fato, não há como não se encantar pelos retratos tão humanísticos, típicos do Renascimento...
A Medusa Murtola, óleo sobre tela de linho sobre um escudo de madeira (em destaque no encarte da visitação) é uma das peças mais apreciadas pelos visitantes... Não é para menos... Beleza à parte, esta é a primeira vez que ela saiu da Itália... Mas outras obras do mestre chamam-nos a atenção, entre elas “São João Batista alimentando o cordeiro” e “São Jerônimo escrevendo”... A exposição nos ajuda a entender um pouco sobre a importância da pesquisa que se realiza em Arte... Só a investigação consegue detectar os processos pelos quais cada obra passa, esclarecer entre dois idênticos qual é o original... Há o destaque para San Francesco in meditazione que é assunto de polêmicas (há duas telas) e uma área inteira com explicações sobre o que há por baixo das pinceladas, transformações e adaptações que ocorreram ou foram impostas...
Não dá para perder.
Um abraço,
Prof.Gilberto