segunda-feira, 24 de setembro de 2012

“A Moreninha”, de Joaquim Manuel Macedo – Série Reencontro – Augusto se encanta com a devoção da Moreninha à sua escrava; o “julgamento” de Carolina

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_20.html antes de ler esta postagem:

Cada grupo dedicava-se a um passatempo (uns riam, outros jogavam, brincavam...), dessa maneira, rapazes e moças se acomodavam em seus divertimentos... O alemão Keblerc roncava em meio às garrafas esvaziadas. Batista, um senhor baixo e de rosto vermelho (também gordo e ruivo) dirigia os jogos de salão em meio à moçada... O ambiente era de muita animação, pois brincavam o “jogo da palhinha”, que resultava em “castigo” para as moças (que deviam ser abraçadas por um dos rapazes)... 
Augusto via-se deslocado e chegou perto da anfitriã, que logo notou o seu desencanto... O rapaz explicou que gostaria da presença de Carolina entre os convivas, mas ela estava dando atenção à sua ama... Dona Ana aprovou que ele fizesse companhia à sua neta... Augusto sentiu-se honrado e retirou-se em direção ao quarto de Paula... Além de Carolina, Augusto também encontrou Tomásia (outra escrava da casa) atendendo a que estava inconsciente. A Moreninha continuava desolada e aguardava que Tomásia realizasse o “escalda pés”, mas a água estava muito quente e a escrava não dava conta da tarefa. Carolina, então, tomou-lhe a bacia e disse que ela mesma conduziria o tratamento. Nesse momento Augusto adentra o quarto e se encanta com o despojamento da menina.
Ele interveio, dizendo que para aquela tarefa havia escravos na casa... Carolina justificou-se dizendo que tinha muita estima por Paula, e que ninguém faria o tratamento de modo adequado. Então Augusto ofereceu-se com insistência e fez, ele mesmo, o serviço envolvendo os pés de Paula na toalha... Depois da troca de gentilezas, Augusto conseguiu a permissão para conduzi-la até a sala de braços dados... Os jogos seguiram-se ainda mais animados até que todos se retirassem para a noite de sono.
Às seis da manhã do domingo, dia de Santa Ana, os jovens permaneciam dormindo... Macedo brinca com a ideia de que o autor pode aproximar-se dos recintos e, de modo divertido, revelar o que suas personagens estão fazendo... Assim, informa que os moços estavam estirados numa esteira, onde pareciam disputar quem roncava mais... Augusto sonhava com aquela que o cativava a cada instante que permanecia naquela casa... Estava tão envolvido no enredo idílico que, ainda dormindo, aproximou-se de um rosto bem próximo do seu e beijou-lhe o nariz (!)... Despertou após ser empurrado por Fabrício, que se apavorou com o incidente.
Pela manhã os rapazes voltaram a se divertir com jogos de cartas... Arrumaram a mesa na varanda, tudo muito agradável... Mas não havia como prosseguir mais seriamente porque as moças surgiam para mexer nas cartas ou para atirar flores no meio da mesa... Joaquina apareceu com uma rosa presa ao cabelo e recebeu elogios de Augusto... Ele disse que "entre a aurora e as rosas há uma rivalidade"... A aurora já havia passado e a moça havia colhido uma rosa... Então, de modo sutil, ele a elogiava... Quinquina, então, ofereceu-lhe a “vencedora”... Augusto disse que preferia que a rosa (por ela colhida, presa aos cabelos e, por isso, “vencedora”) permanecesse nos cabelos dela... Lisonjeada, Joaquina falou que a guardaria para ele... Leopoldo intrometeu-se dizendo que ninguém deveria “libertar a cativa”.
No mesmo instante, Carolina disse que conseguiria pegar a rosa... Foi desafiada pela prima e teve início a brincadeira em que uma procurava proteger a flor entre os cabelos e a outra pretendia furtá-la... Aconteceu que o leque de Quinquina caiu e ela tentou recuperá-lo no mesmo momento em que Leopoldo também fazia isso. Na confusão, Carolina conseguiu desprender a flor dos cabelos da prima, mas a disputa entre as duas fez com que a rosa se despetalasse (mais uma nessa história)... O divertimento prosseguiu com as demais garotas dizendo que Carolina era “criminosa” e que deveria pagar pelo delito... Decidiram que fariam um júri... Filipe se opôs, dizendo que sua irmã era rebelde e que não cumpriria nenhuma sentença... Mas ela mesma disse que aceitaria  a brincadeira.
O “julgamento” foi uma farra só... Cinco das moças fizeram a vez de juradas. Clementina foi a relatora da sentença... Leopoldo foi o promotor; Filipe, o advogado; Augusto fez o papel de “suspeito”... Gabriela e outras garotas serviram de testemunhas... Carolina divertiu a todos durante o “interrogatório”... Leopoldo acusou-a de ter premeditado a ação e de ter agido por ciúme... Disse ainda que ela queria conquistar todos os corações e que não aceitou o fato de Augusto ter dado valor à rosa ofertada por Quinquina... Filipe fez a defesa com muito bom humor, dizendo que não era possível falar em premeditação e nem saber com certeza qual mão “matou a rosa”... As juradas se reuniram à parte e decidiram a sentença, que foi proferida por Clementina... Carolina foi considerada culpada e foi condenada a indenizar o dono da flor com um beijo... Então Carolina dirigiu-se à prima para “cumprir sua pena”... Mas as demais protestaram, dizendo que o proprietário da flor era Augusto... Manifestando pudor, Carolina suplicou que o rapaz a perdoasse...
É claro que Augusto ficou encantado com a proximidade da Moreninha (a essa altura do texto já não há como duvidar que ele estivesse dominado por um sentimento de atração muito forte pela moça). Sem ter como resistir aos encantos dela, Augusto perdoou... Carolina estendeu-lhe a mão... Ele tomou aquela mão macia e beijou-a.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/a-moreninha-de-joaquim-manuel-macedo_27.html
Leia: A Moreninha. Série Reencontro – Literatura. Editora Scipione.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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