domingo, 9 de setembro de 2012

“Os bandeirantes”, de Mustafa Yasbek – Série O Cotidiano da História – a bandeira inicia o ataque à redução de Santo Cristo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/os-bandeirantes-de-mustafa-yasbek-serie_8.html antes de ler esta postagem:

Às margens do rio Ivaí, a bandeira de Fernão Lobo Leme encontrou paragem ideal para montar acampamento. Fazia quarenta dias que tinha partido de São Paulo... Os homens ergueram fortificações porque dali se organizariam para o ataque à redução de Santo Cristo, que estava a algumas horas (meio dia de caminhada). Os guias que o bandeirante enviou para a sondagem retornaram admirados com a grande quantidade de índios que viram na redução...
Então Lobo Leme decidiu acertar os detalhes com os capitães numa reunião reservada... Pretendia um ataque bem planejado para capturar o maior número de índios. A única voz a sugerir o envio de um ultimato, para uma rendição que evitasse troca de tiros, foi Pedro Bicudo... O bandeirante discordou imediatamente e disse que não poderiam correr esse risco, pois a redução aproveitaria o vacilo da tropa para fugir ou então para organizar uma defesa mais bem articulada.
Ele lembrou aos demais que as autoridades da Espanha acenavam com a permissão para que os padres armassem os guarani... Então, sentenciou que o melhor que tinham a fazer era atacar sem avisos ou negociações. O barbeiro voltou a argumentar, dizendo que em ocasião passada houve rendição guarani sem que tiros fossem disparados... Mas Lobo Leme estava decidido... Se Bicudo preferisse poderia permanecer no acampamento.
Destacou centenas de homens que seguiram as margens do rio Ivaí... Partiram cedo e contaram com o fator surpresa, já que os guias haviam informado que os índios pareciam estar preparando uma festa... Os bandeirantes caminhavam bem protegidos por gibões e escupis, coletes almofadados que cobriam quase todo o corpo... Depois de quase meio dia de avanço pelo interior, avistaram a redução. Índios conversavam despreocupadamente... O líder local era o jesuíta Montoya, que também podia ser visto em frente à igreja.
Era dia de São Francisco Xavier (3 de dezembro)... O cerco foi montado e Pedro Bicudo preferiu manter-se mais afastado junto ao capelão Miranda... Sem dúvida, esperava não ser necessário disparar com sua arma.
O ataque precipitou-se... À frente um bandeirante empunhava a bandeira que desfraldava conforme corria agitadamente... Saídos da mata, de todas as partes turbas de bandeirantes avançavam gritando com violência e ódio... Avançavam ao toque da caixa... Logo que os guarani se viram ameaçados, pegaram seus arcos e lançaram flechas que atingiram mortalmente vários dos invasores. Os paulistas se encheram de cólera ainda maior e partiram para cima de seus rivais... Além de Montoya havia outro jesuíta... Os dois buscaram proteção.
Não havia armas, então os índios se viraram com o que encontraram, principalmente instrumentos e ferramentas agrícolas e os de pesca... Mas isso pouco adiantou porque as armas de fogo dos bandeirantes eram terrivelmente mortais.
Depois conheceremos o desfecho deste episódio. 
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/os-bandeirantes-de-mustafa-yasbek-serie_11.html
Leia: Os bandeirantes. Série O Cotidiano da História. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas