sábado, 22 de setembro de 2012

Reflexões em torno da temática “Mundo do Trabalho” - expectativas dos jovens; cotidianos alterados; labuta

(http://www.revistapancreas.com/page/2/ 22/09/2012;07:45
Os textos que seguem são contribuição para projeto desenvolvido na EE Adolfo Casais Monteiro. Uma das propostas era a realização de pesquisas sobre profissões, o dia a dia de profissionais, mercado de trabalho... Foram planejadas exposições, testes vocacionais e palestras.


O cotidiano em salas de aulas coloca-nos em contato com jovens que têm pressa em fazer parte do mercado de trabalho... Vários deles, concomitantemente ao Ensino Médio Regular, fazem cursos profissionalizantes... Desejam trabalhar e, não sem razão, imaginam que dessa maneira conquistarão mais autonomia... É claro que há aqueles que defendem que essa condição só é possível para os que se tornam patrões... Todavia não são poucos os que desejam uma formação que garanta uma profissão que resulte em salários altos. Dessa forma a sonhada autonomia se concretizaria mais eficazmente... Muitos são os que pensam que o dinheiro é mais importante do que o trabalho e, por isso, o emprego ou a profissão que se exerce não são levados em consideração... Desde que rendam possibilidades de aquisição de bens e sobrevivência acima da média da população, tudo bem...
Gandhi (1869-1948. A referência aqui é para "dar voz" a um humanista) dizia que a “riqueza sem trabalho” está entre os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais (os demais são “prazeres sem escrúpulos”; “conhecimento sem sabedoria”; “comércio sem moral”; “política sem idealismo”; “religião sem sacrifício” e “ciência sem humanismo”). Então podemos pensar que, se a riqueza ostentada pelo indivíduo é proveniente de seu trabalho, ela está de acordo com o princípio moral implícito do início do parágrafo. Há que se considerar também que riqueza tal como Gandhi faz referência leva-nos a imaginar aquelas que ostentam os grandes proprietários que, graças à sua condição de pertencentes a famílias nobres sempre tiveram serviçais explorados e, sendo assim, nunca precisaram trabalhar. Há também a riqueza daqueles que acumulam por meios de corrupções e fraudes... Algo tão deplorável quanto inconcebível aos valores que procuramos construir.
Retomando a reflexão sobre a condição do jovem que anseia pelo primeiro emprego, devemos lembrar ainda que “trabalhar no que gosta” e poder se enriquecer com a atividade profissional que se realiza é a conjunção que muitos ambicionam... Mas sabemos que nem todos conseguem trabalhar naquilo que mais gostam recebendo bons salários pelo que fazem... O mercado de trabalho é concorrido, então muitos defendem que isso é o que menos deve contar no momento de se definir por um emprego ou formação profissional...
Há aqueles que afirmam que “gerar satisfação pessoal” não é função do trabalho. Eles até aconselham os postulantes a irem se acostumando a deixar para traz a condição de “poder planejar dias sem deveres ou propósitos”...
http://internativa.com.br/artigo_rh_04.html (22/09/2012)
O aconselhamento destacado no parágrafo anterior parece estar em consonância com a origem da palavra trabalho (um instrumento de tortura chamado tripalium)... Esse instrumento (literalmente três paus) era utilizado para prender animais para ferrar. No tripalium prendiam insubordinados (do exército romano) para serem castigados... Não é difícil imaginarmos escravos sendo supliciados na antiguidade, ou os mais pobres e desfavorecidos sem condições de arcar com as obrigações fiscais, passando por sessões de tortura. Mais tarde, a Inquisição lançou mão de sua utilização... Também há referências a uma definição para tripalium como uma formação em que três paus eram dispostos de modo a formar uma pirâmide fincada no chão e servia para debulhar grãos ou rasgar espigas... Nesse último caso, pelo menos, o instrumento está mais relacionado a uma atividade em que o exercício humano processa uma atividade de produção.
Continua...
Um abraço,
Prof.Gilberto

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