sexta-feira, 7 de setembro de 2012

“Os bandeirantes”, de Mustafa Yasbek – Série O Cotidiano da História – final do primeiro dia da expedição; o barbeiro Pedro Bicudo é molestado por outros bandeirantes; teme a escuridão e os ruídos da noite em meio à mata

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/os-bandeirantes-de-mustafa-yasbek-serie_6.html antes de ler esta postagem:

Já em meio à mata, a bandeira não contava com mais nada além de seus próprios esforços. O bandeirante líder devia confiar em seus guias... Mais que isso, devia exigir que os caminhos fossem mais rapidamente descortinados... Poucos conheciam as trilhas e riachos percorridos por bandeiras anteriores. Não se podia perder tempo sob pena de gerar desânimo nos expedicionários e sofrer problemas com as cargas.
Ao entardecer do primeiro dia, Sebastião Pires, Pedro Bicudo e seu escravo, o tupi Antônio, formaram um grupo em torno de uma fogueira para conversar e comer carne assada. Outros grupos se formaram nos arredores. Alguns tipos se aproximaram da fogueira de nossos três personagens para provocar Pedro Bicudo e rir dele... Estavam embriagados e divertiam-se com a fama do outro nunca ter lidado com situações mais violentas... Provocaram-no ao dizerem que ele poderia confundir os guarani (imberbes e de cabelos longos) com mulheres... Aquilo era também uma provocação a Antônio, seu escravo. Então este se levantou com um facão e ameaçou avançar sobre os caçoadores... Sebastião interveio e pôs fim à brincadeira, mas aconselhou o amigo e compadre a começar a mudar o seu modo de lidar com o tupi... Se não conseguia impor autoridade a um só índio, como se comportaria ao se tornar proprietário de centenas deles? Depois que o escrivão se afastou, Antônio se aproximou de seu senhor e disse que se fosse de sua vontade “cortaria a língua daqueles homens”.
A escuridão da noite foi tomada pelo silêncio das vozes humanas, aqui e ali notavam-se simplesmente os clarões de fogueiras. Ouvia-se apenas ruídos dos bichos da selva (“uivos, chiados, urros, piados”)... Bicudo refletiu sobre o ocorrido, esperava que aquilo não significasse o início de uma empreitada ruim. Sua escopeta estava próxima de sua rede... De olhos arregalados, temia que a qualquer instante uma fera surgisse da escuridão para atacá-los... Rezou e dormiu.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/09/os-bandeirantes-de-mustafa-yasbek-serie_8.html
Leia: Os bandeirantes. Série O Cotidiano da História. Editora Ática
Um abraço,
Prof.Gilberto

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