sexta-feira, 19 de outubro de 2012

“A invenção de Hugo Cabret”, de Brian Selznick – o velho senhor Georges mostra cinzas envolvidas em um lenço; Hugo pensa em desistir de tudo; encontra-se com Isabelle na livraria; conserta o brinquedo quebrado e ganha a confiança do velho lojista

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_15.html antes de ler esta postagem:

Na outra manhã, o menino Cabret aguardou o momento do velho lojista de brinquedos abrir a loja... Ele se aproximou e o velho Georges disse que esperava mesmo vê-lo. Mostrou que tinha consigo um lenço amarrado fazendo um embrulho. Lembrando-se da conversa que tivera com a menina Isabelle, Hugo ficou esperançoso de reaver o seu caderno ali. Mas quando o velho desatou o lenço, o menino viu que só havia cinzas em seu interior... Ele via que seu objetivo de consertar o autômato, e conhecer a mensagem que (talvez) o pai deixara, estava ruindo. O menino Cabret tentou agredir o velho, mas foi agarrado pelo braço... O velho Georges quis saber por que ele insistia tanto em querer o caderno de volta... Demonstrando agressividade, e ao mesmo tempo emoção, quase chorando, exigiu que Hugo se retirasse dali para encerrar de vez aquela situação... Hugo secou suas lágrimas, virou-se e correu para bem longe dali.
Hugo pensou sinceramente em se entregar ao inspetor da estação e desistir de tudo... Mas resolveu conferir os relógios... Fez o seu trabalho e retornou para junto do boneco... Não teve uma noite de sono tranquila porque sua mente insistia em pesadelos... Despertava e pensava no pai... Adormecia e sonhava com incêndios... Acordou e fez desenhos de máquinas, engrenagens e do boneco... Guardou os desenhos embaixo da cama e, enfim, conseguiu dormir.
De manhã recolheu algumas moedas... Normalmente as encontrava perdidas pela estação... Decidiu tomar um café na cafeteria. Aliás, era assim mesmo que o menino ia se virando em sua orfandade solitária... Recolhia roupas no depósito de “achados e perdidos”, procurava pães amanhecidos em lixeiras... É certo que quando conseguia chegar à cafeteria bem cedo, quando o estabelecimento estava ainda fechado, apropriava-se de garrafas de leite e pães que eram deixados à porta.
Voltando aos episódios daquela manhã, é preciso destacar que enquanto tomava café e observava o movimento das pessoas apressadas, o menino notou que tinham deixado um bilhete sobre a mesa que estava ocupando... No papel ele leu que o estavam convidando para um encontro “na livraria do outro lado da estação”... E mais: o bilhete informava que o caderno dele não havia sido queimado.
É claro que o bilhete só podia ter sido deixado pela menina Isabelle... Hugo animou-se e, esperançoso, seguiu para a livraria. O nome da loja era R. Labisse, livraria que negociava “novos e usados”. Ele nunca havia entrado naquele estabelecimento, mas a atmosfera local o fez lembrar-se da escola e de dois amigos, Antoine e Louis... Lembrou-se que Antoine o chamava de tique-taque porque Hugo sempre tinha alguma engrenagem de relógio nos bolsos... As brincadeiras da escola vieram à mente do menino, e ele pensou se os amigos, que fingiam ser irmãos, se lembravam dele... Os livros do lugar também trouxeram à sua lembrança as leituras que o pai fazia para ele antes de dormir... Lembrou-se que eram histórias de Júlio Verne e contos de Hans Christian Andersen...
Por trás de um amontoado de livros apareceu a menina. Eles conversaram sem preliminares. Ela foi dizendo que o tio ainda estava com o caderno. Hugo mostrou que não acreditava nela, já que não tinha como confirmar se estava falando a verdade... Depois quis saber por que ela se dispôs a falar com ele e ajudá-lo... A menina disse que estava curiosa para saber o conteúdo do caderno... Quando Hugo respondeu que ela não saberia porque tratava-se de um segredo, Isabelle mostrou-se ainda mais interessada. Na sequência, ela dirigiu-se ao senhor Labisse, e disse que estava levando um livro sobre fotografia e que depois o devolveria... Saiu da loja, deixando Hugo para trás...
O menino Cabret decidiu ir à loja de brinquedos... O velho Georges quis saber o que ele fazia ali, então o garoto disparou que não acreditava que ele havia queimado o caderno... O lojista demonstrou certo espanto com a afirmação, mas respondeu que não dava a mínima importância para o que ele pensava... Disse ainda que Hugo não deveria ter voltado à loja e que o melhor que tinha a fazer era retirar-se.
O rapaz não tinha certeza sobre a sinceridade da menina. Mas depois que deixou a loja, voltou a pensar ainda mais no boneco... Produziu muitos outros desenhos e agarrou-se à missão de reconstruí-lo... Decidiu que faria constantes visitas à loja do senhor Georges e que o incomodaria... E foi isso mesmo o que fez... No terceiro dia consecutivo de aparição, o velho chegou até o menino com uma vassoura nas mãos... O menino Cabret temeu levar uma surra, mas para a sua surpresa o lojista disse apenas que o menino podia ser útil em algo...
Depois de varrer a loja, Hugo pediu o seu caderno. Mas em vez disso, Georges entregou-lhe algumas moedas e solicitou que fosse buscar café e croissants para os dois... O rapaz fez o que havia sido pedido... Os dois se alimentaram juntos e silenciosamente... Então o velho Georges foi até o balcão e trouxe de lá o ratinho azul de brinquedo que Hugo havia quebrado na ocasião em que fora flagrado pelo velho. Ele arranjou umas ferramentas e pediu que o menino consertasse o brinquedo.
Algumas ilustrações preenchem as próximas páginas... E assim vemos que, com habilidade, o menino Cabret recolocou o brinquedo em funcionamento... Georges observou atentamente o conserto realizado e disse que sabia que o menino devia mesmo ter alguma habilidade. Na sequência quis saber por que o rapaz tinha chegado à loja dele e o que significavam os desenhos do caderno. O garoto disse que só falaria se tivesse o caderno de volta. Então o lojista falou que o menino não teria certeza de que o caderno ainda estivesse intacto... Mas propôs a ele que trabalhasse diariamente na loja como forma de pagar pelos prejuízos provocados e assim, quem sabe, receber o caderno de volta em ocasião que o velho o julgasse merecedor... Hugo disse que já possuía um emprego (o de inspecionar os relógios, mas é claro que não contou sobre isso)... Georges imaginou que o trabalho do garoto era “roubar”... Enfim Hugo combinou que apareceria quando pudesse... O velho exigiu sua presença já no dia seguinte.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_21.html
Leia: A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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