segunda-feira, 15 de outubro de 2012

“A invenção de Hugo Cabret”, de Brian Selznick – o menino Cabret foi “adotado” pelo tio; tornou-se “aprendiz de cronometrista”; Claude desaparece; o autômato é encontrado nos escombros do museu; o plano de Hugo para recuperá-lo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_12.html antes de ler esta postagem:

Como sempre ocorria, o menino aguardou a chegada do pai... Normalmente tinham muito que conversar... Mas em vão passou a noite inteira acordado. Só ficou sabendo da morte do pai pela manhã, quando a porta foi aberta pelo seu tio Claude... Bêbado, comunicou com poucas palavras que a partir daquele momento Hugo deveria permanecer sob seus cuidados, já que era o único parente que tinha. Sem entender a situação, o garoto juntou sua pouca tralha (alguns brinquedos, o baralho e o caderno) e seguiu o tio.
No caminho para a estação, Claude contou ao sobrinho o que ocorreu no museu... O menino Cabret concluiu que era o culpado pela tragédia que vitimou o pai, afinal ele havia insistido para que consertasse o autômato... A permanência do pai no museu devia-se unicamente àquilo... As dúvidas cresciam na cabeça do garoto, mas, ao seu modo, o tio respondia a tudo... Hugo ficou sabendo que se tornaria um “aprendiz cronometrista”... Aprenderia tudo o que fosse necessário com o próprio tio e desempenharia o ofício na estação para onde seguiram... Mas e a escola? Hugo quis saber... O tio descartou completamente, pois as tarefas seriam tantas que não haveria mais tempo para estudo em sua vida... Claude falava essas coisas para o menino como se elas fossem as melhores notícias que ele pudesse receber...
É verdade que a família Cabret tinha tradição na confecção e conserto de relógios... Mas ultimamente o garoto estava mais interessado nas artes mágicas, e isso se devia ao contato que tivera com a “máquina extraordinária” e às histórias que ouvira do pai... Porém naquele momento não havia alternativa e o jeito foi se submeter à nova condição.
O garoto gostou de aprender o trabalho com os relógios da estação. Trabalhava na penumbra e até se divertia com o fato de ninguém saber que ele estava “atrás das paredes”. O problema é que quase nunca tinha de que se alimentar, além de receber castigos do tio quando cometia algum erro... Tio Claude era um beberrão e, acomodado com a presença do sobrinho na execução das tarefas, começou a ausentar-se com mais frequência e por períodos mais prolongados. Assim, aconteceu que o tio desapareceu definitivamente... Simplesmente não voltou à estação.
O menino Cabret pensou em fugir, mas temia os castigos no caso de ser recapturado pelo tio... Na terceira noite depois do desaparecimento, o garoto considerou que não tinha mais de ficar naquele lugar... Em meio à cortante friagem, seguiu pelas escuras ruas e acabou chegando ao museu incendiado... Apesar do isolamento que a polícia havia providenciado para a área, Hugo decidiu adentrá-la... Viu os escombros de perto e certamente pensou no drama sofrido pelo pai.
De tanto olhar, o menino avistou o boneco autômato também bastante danificado... O estado da máquina era desanimador e Hugo pensou em todo esforço de seu querido pai... Ali bem à sua frente estava o objeto que causou a maior tragédia de sua ainda curta existência... O menino virou as costas e começou a caminhar... Os vários sons da noite escura o assustavam e ele só pensava no autômato... Então voltou e, com grande esforço, recolheu as partes... Levou tudo para a instalação de onde acabara de fugir.
Com muitos arranhões e dores por todo o corpo, Hugo conseguiu acomodar o objeto mecânico no assoalho do dormitório... Veio à sua mente a ideia de que deveria consertá-lo... Achou bom que o tio houvesse desaparecido.
Mas ele sabia bem que não podia fazer daquilo uma brincadeira sem consequências. Deveria manter o objeto bem escondido... E mais! A ausência do tio não poderia ser notada pelas autoridades locais... Se os relógios parassem de funcionar certamente seria procurado pelo inspetor... Hugo sabia que seria descoberto e enjaulado... Seria encaminhado a um orfanato... Então, além de se dedicar ao conserto da máquina, deveria fazer a manutenção de todos os relógios da estação... Deveria fazer tudo isso “invisivelmente”, e ainda pegar os envelopes com os cheques-salários do tio para não alimentar suspeitas sobre a sua ausência... Não, o menino não tinha interesses nos vencimentos do tio e tampouco sabia como descontá-los...
Depois de três meses trabalhando no autômato, Hugo conseguiu avanços significativos... Reformou o boneco e pintou o seu rosto com expressão que lembrava a do próprio pai... Enfim, a mão da criatura foi acondicionada novamente na escrivaninha...
Hugo começou a pensar que o pai poderia ter alterado o mecanismo... De modo que, se fizesse a aparelhagem funcionar, ela revelaria uma mensagem endereçada unicamente a ele... O boneco traria respostas às suas muitas indagações e apontaria os caminhos a seguir... Mas sabemos que seus esforços sofreram grande revés com a apropriação do velho lojista de brinquedos da estação... É por isso que Hugo queria recuperar o caderno de todas as formas.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_19.html
Leia: A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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