Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_24.html antes de ler esta postagem:
No dia seguinte após
os episódios do cinema e da correria pela estação, Hugo chegou atrasado para o
trabalho na loja de brinquedos. O velho Georges largou as cartas de baralho e
seguiu em sua direção... Estava furioso e logo disparou que o garoto devia
devolver-lhe o caderno. Falou que Hugo teve a ousadia de entrar em sua casa
para descobrir onde o caderno estava para roubá-lo. É claro que o menino Cabret
não tinha nada a ver com aquilo, mas intimamente sabia que Isabelle conseguira
o que havia prometido... Ao mesmo tempo em que demonstrava irritação, Georges
lamentava ao dizer que iria devolver o caderno e que até tinha alguma afeição
por Hugo... Não entendia como é que o menino teve coragem de reaparecer na
loja.
Hugo
nada podia falar e viu Isabelle aparecer atrás do tio... Ele notou que ela
estava com o caderno. Enquanto Georges exigia que ele se retirasse dali, o
menino insistiu que ao menos poderia abraçar a amiga... E foi isso o que
fez. Ao aproximar-se dela, deu-lhe um abraço enquanto ouviu-a perguntar sobre
os desenhos do caderno... Ele protestou e disse que ela não poderia olhar as
páginas. A menina guardou o caderno no bolso no mesmo momento em que ele saiu
em fuga pelo corredor, pois percebeu que o velho Georges já estava bem perto
dele.
A
verdade é que, enquanto abraçava Isabelle, Hugo conseguiu tirar a correntinha
dela com a chave que tanto o intrigou no dia anterior... Fez o seu caminho em
direção ao quarto, apressou-se em iluminá-lo com velas e posicionou o
autômato...
Depois de tantos dias de trabalho no boneco,
podia-se dizer que ele estava bem modificado... Mecanismos polidos e
lubrificados... Até mesmo uma roupa Hugo havia providenciado para a máquina...
Nas costas do boneco Hugo via a abertura em forma de coração... Ele tinha
certeza quase plena de que a chave de Isabelle se encaixaria ali... A
habilidade com as mãos (herança paterna) havia sido fundamental para concluir o
trabalho até então... Mas suas mãos tremiam... Sua expectativa era imensa.
Ele
sabia que ao encaixar a chave que trazia poderia acontecer qualquer coisa...
Inclusive nada ocorrer... Lembrou-se que quando resgatou o autômato do prédio
incendiado, nenhuma chave foi encontrada... Sendo assim, a original estava
perdida... Algo lhe dizia que aquela que pertencia a Isabelle poderia fazer funcionar
o mecanismo...
No
instante mesmo em que encaixou a chave para girá-la, Isabelle escancarou a
porta do alojamento... Ela foi para cima dele e exigiu que devolvesse a
chave... Hugo se debatia para se defender dos golpes da
garota e pedia que ela se fosse...
A
menina lutava e perguntava sobre que lugar era aquele... Hugo respondia que era
segredo... Ela dizia que, estando ali, já não havia segredo... Ele falou que
vivia ali e isso era tudo, então ela podia deixá-lo... Só depois de algum tempo
é que ela notou o boneco instalado e reconheceu que o desenho do caderno
representava aquela máquina. Quis saber o que estava acontecendo...
Hugo
explicou que o pai havia feito o objeto para ele (mentiu para acabar com o
assunto)... Isabelle mostrou indignação ao dizer que não fazia sentido crer que
sua chave daria funcionamento à máquina... Nem o próprio Hugo conseguiu
arranjar explicação para aquilo... Ela falou que ele não precisava roubar a
chave, pois se ele a pedisse, ela emprestaria... Curiosa como ficou, Isabelle
quis que ele funcionasse a máquina, mas Hugo disse que queria estar sozinho
quando “desse a partida” no boneco.
Antes
que ele pudesse evitar, Isabelle dirigiu-se à chave e girou-a várias vezes. O
menino ainda argumentou que não havia tinta... Então ele mesmo pegou um pequeno
frasco e despejou um pouco no tinteiro da escrivaninha. E não é que o mecanismo
começou a funcionar?
Na sequência vemos
uma ilustração de duas páginas... A fisionomia das crianças é de espanto ao
observar os movimentos do autômato... O boneco tinha o tinteiro na mão
esquerda, e na direita segurava uma pena... As várias peças (uma corda,
engrenagens, discos, varetas, peças em formato de martelo) entraram em ação e
os dois viram ombro e pescoço do boneco girarem; cotovelo e punhos foram
ativados... A mão da máquina começou a se movimentar... O boneco realizava os
movimentos como se estivesse escrevendo... Nova série de ilustrações e vemos o
boneco fazer rabiscos aparentemente desconexos.
Hugo
desesperou-se... Quase que aos berros, pediu o caderno para conferir os
desenhos do pai... Mas estava tudo certo... E então entendeu que a ideia de dar
prosseguimento ao projeto talvez fosse perda de tempo... Não haveria mensagem
alguma deixada por seu pai... O menino se instalou num canto do quarto,
cabisbaixo, concluía que não havia mais nada a ser feito. Enquanto isso,
Isabelle permanecia atenta aos rabiscos do boneco... De repente ela notou que,
em vez de um texto, o boneco produzia um desenho. De tão admirada, não
conseguiu soltar a voz.
Hugo chegou perto dela e viu o desenho que
surgia no papel a partir da pena movimentada pelo autômato... Os dois viram o
desenho da Lua, entre nuvens e estrelas, com uma fisionomia afetada em seu olho
direito por uma espaçonave... Hugo reconheceu a ilustração... Imediatamente soube
que se tratava de uma cena de filme que ficara na memória de seu pai (que havia
assistido quando era ainda um garoto)... Na ocasião em que conheceu Etienne e
foi convidado para uma sessão (ver http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_21.html) lembrou-se de como o pai falava-lhe daquela cena que parecia ter sido
tirada de um sonho.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_31.html
Leia:
A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto