sábado, 27 de outubro de 2012

“A invenção de Hugo Cabret”, de Brian Selznick – o autômato funcionou; fez rabiscos no papel; Hugo reconheceu o desenho

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_24.html antes de ler esta postagem:

No dia seguinte após os episódios do cinema e da correria pela estação, Hugo chegou atrasado para o trabalho na loja de brinquedos. O velho Georges largou as cartas de baralho e seguiu em sua direção... Estava furioso e logo disparou que o garoto devia devolver-lhe o caderno. Falou que Hugo teve a ousadia de entrar em sua casa para descobrir onde o caderno estava para roubá-lo. É claro que o menino Cabret não tinha nada a ver com aquilo, mas intimamente sabia que Isabelle conseguira o que havia prometido... Ao mesmo tempo em que demonstrava irritação, Georges lamentava ao dizer que iria devolver o caderno e que até tinha alguma afeição por Hugo... Não entendia como é que o menino teve coragem de reaparecer na loja.
Hugo nada podia falar e viu Isabelle aparecer atrás do tio... Ele notou que ela estava com o caderno. Enquanto Georges exigia que ele se retirasse dali, o menino insistiu que ao menos poderia abraçar a amiga... E foi isso o que fez. Ao aproximar-se dela, deu-lhe um abraço enquanto ouviu-a perguntar sobre os desenhos do caderno... Ele protestou e disse que ela não poderia olhar as páginas. A menina guardou o caderno no bolso no mesmo momento em que ele saiu em fuga pelo corredor, pois percebeu que o velho Georges já estava bem perto dele.
A verdade é que, enquanto abraçava Isabelle, Hugo conseguiu tirar a correntinha dela com a chave que tanto o intrigou no dia anterior... Fez o seu caminho em direção ao quarto, apressou-se em iluminá-lo com velas e posicionou o autômato...
Depois de tantos dias de trabalho no boneco, podia-se dizer que ele estava bem modificado... Mecanismos polidos e lubrificados... Até mesmo uma roupa Hugo havia providenciado para a máquina... Nas costas do boneco Hugo via a abertura em forma de coração... Ele tinha certeza quase plena de que a chave de Isabelle se encaixaria ali... A habilidade com as mãos (herança paterna) havia sido fundamental para concluir o trabalho até então... Mas suas mãos tremiam... Sua expectativa era imensa.
Ele sabia que ao encaixar a chave que trazia poderia acontecer qualquer coisa... Inclusive nada ocorrer... Lembrou-se que quando resgatou o autômato do prédio incendiado, nenhuma chave foi encontrada... Sendo assim, a original estava perdida... Algo lhe dizia que aquela que pertencia a Isabelle poderia fazer funcionar o mecanismo...
No instante mesmo em que encaixou a chave para girá-la, Isabelle escancarou a porta do alojamento... Ela foi para cima dele e exigiu que devolvesse a chave... Hugo se debatia para se defender dos golpes da garota e pedia que ela se fosse...
A menina lutava e perguntava sobre que lugar era aquele... Hugo respondia que era segredo... Ela dizia que, estando ali, já não havia segredo... Ele falou que vivia ali e isso era tudo, então ela podia deixá-lo... Só depois de algum tempo é que ela notou o boneco instalado e reconheceu que o desenho do caderno representava aquela máquina. Quis saber o que estava acontecendo...
Hugo explicou que o pai havia feito o objeto para ele (mentiu para acabar com o assunto)... Isabelle mostrou indignação ao dizer que não fazia sentido crer que sua chave daria funcionamento à máquina... Nem o próprio Hugo conseguiu arranjar explicação para aquilo... Ela falou que ele não precisava roubar a chave, pois se ele a pedisse, ela emprestaria... Curiosa como ficou, Isabelle quis que ele funcionasse a máquina, mas Hugo disse que queria estar sozinho quando “desse a partida” no boneco.
Antes que ele pudesse evitar, Isabelle dirigiu-se à chave e girou-a várias vezes. O menino ainda argumentou que não havia tinta... Então ele mesmo pegou um pequeno frasco e despejou um pouco no tinteiro da escrivaninha. E não é que o mecanismo começou a funcionar?
Na sequência vemos uma ilustração de duas páginas... A fisionomia das crianças é de espanto ao observar os movimentos do autômato... O boneco tinha o tinteiro na mão esquerda, e na direita segurava uma pena... As várias peças (uma corda, engrenagens, discos, varetas, peças em formato de martelo) entraram em ação e os dois viram ombro e pescoço do boneco girarem; cotovelo e punhos foram ativados... A mão da máquina começou a se movimentar... O boneco realizava os movimentos como se estivesse escrevendo... Nova série de ilustrações e vemos o boneco fazer rabiscos aparentemente desconexos.
Hugo desesperou-se... Quase que aos berros, pediu o caderno para conferir os desenhos do pai... Mas estava tudo certo... E então entendeu que a ideia de dar prosseguimento ao projeto talvez fosse perda de tempo... Não haveria mensagem alguma deixada por seu pai... O menino se instalou num canto do quarto, cabisbaixo, concluía que não havia mais nada a ser feito. Enquanto isso, Isabelle permanecia atenta aos rabiscos do boneco... De repente ela notou que, em vez de um texto, o boneco produzia um desenho. De tão admirada, não conseguiu soltar a voz.
Hugo chegou perto dela e viu o desenho que surgia no papel a partir da pena movimentada pelo autômato... Os dois viram o desenho da Lua, entre nuvens e estrelas, com uma fisionomia afetada em seu olho direito por uma espaçonave... Hugo reconheceu a ilustração... Imediatamente soube que se tratava de uma cena de filme que ficara na memória de seu pai (que havia assistido quando era ainda um garoto)... Na ocasião em que conheceu Etienne e foi convidado para uma sessão (ver http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_21.html) lembrou-se de como o pai falava-lhe daquela cena que parecia ter sido tirada de um sonho.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/10/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_31.html
Leia: A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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