segunda-feira, 9 de junho de 2014

“A droga da obediência”, de Pedro Bandeira – Chumbinho desmaia; “cobaias” deviam ser alimentadas e receber o reforço da droga a cada oito horas; doutor Caspérides e o seu espanto após os testes em pequenos animais

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/06/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_1429.html antes de ler esta postagem:

Chumbinho conseguiu descobrir muita coisa depois que se deixou levar pelos sequestradores. Como sabemos, os tipos tinham certeza de que ele estava drogado... Mas não foi fácil presenciar o ambiente repleto de jovens idiotizados que serviam de cobaias em testes da “Droga da Obediência”. Vimos que um deles (o número 6) acabou morto de tanto esforço...
O Doutor Q.I., chefe do projeto macabro, era um tipo que nem mesmo os funcionários conheciam, pois só através de uma tela (que revelava apenas uma silhueta e emitia uma voz alterada eletronicamente) dava as suas ordens...
Talvez a pior das constatações fosse a de que o Doutor Q.I. não dava a mínima importância à vida de seus detidos... Para ele, os jovens estudantes não passavam de “coisas” que deviam ser usadas em benefício de sua droga... De fato sua sentença sobre a manutenção dos testes na “cobaia 11” demonstrou toda a sua vilania.
(...)
No momento mesmo em que o rapaz foi convocado para substituir o outro que havia morrido de exaustão, Chumbinho desmaiou... Isso aconteceu (de acordo com o tipo de avental que se explicou ao Doutor Q.I) porque a “cobaia 20” não tinha recebido nenhuma alimentação depois de integrada ao grupo. Chumbinho, que foi atendido prontamente, despertou e ouviu essa conversa... Fez um esforço para se manter de olhos fechados, assim pôde saber que aplicaram-lhe soro e fizeram exames que constataram a sua recuperação.
Através da tela, o Doutor Q.I. manifestou sua irritação chamando de idiotas os seus comandados... Deixou bem claro que, sob o efeito da droga, as cobaias não teriam nenhuma iniciativa própria, e é por isso que precisavam ser alimentadas regularmente...
(...)
Depois de ouvir a advertência e de constatar que Chumbinho estava recuperado, o médico da enfermaria o reintegrou... No refeitório o garoto notou que o lugar da “cobaia 6” estava vago. Alimentou-se como os outros e prosseguiu sem despertar a menor desconfiança da equipe de funcionários.
Após a refeição, colocaram um pequeno recipiente de vidro à frente de cada jovem... Dentro havia um comprimido da droga... No mesmo instante Chumbinho concluiu que aquele veneno tinha um efeito passageiro, e era bem provável que a cada oito horas os estudantes sequestrados recebessem a ordem de ingerir um reforço...
Pelos seus cálculos deviam ser oito horas da noite.
Chumbinho fingiu ter tomado a Droga, que escondeu no macacão. Então pensou que poderia investigar mais quando todos estivessem dormindo. E foi isso mesmo o que aconteceu... Tão logo as atividades do dia se encerraram, os entorpecidos foram levados ao dormitório. Chumbinho esperou que todas as luzes se apagassem e que o silêncio absoluto reinasse.
(...)
Chumbinho saiu da cama e com muito cuidado percorreu um trecho que o levou ao laboratório... Ali as luzes estavam acesas e ele teve de ficar incógnito a um canto porque percebeu que se tratava de oportunidade única...
Acontece que o bioquímico Márius Caspérides estava concluindo algumas importantes anotações sobre o efeito da droga em coelhos...
Caspérides estava agitado porque já sabia que ela produzia resultados estarrecedores... Testes já haviam sido feitos em “porquinhos-da-índia, cães, gatos e macacos”...
O bioquímico estava admirado porque os animaizinhos permaneciam completamente imóveis perante estímulos (cenouras e folhas de alface) que, se não fossem o efeito da droga, seriam totalmente devorados. Mesmo estando aberta a gaiola, os coelhos não saíam do lugar... Os bichos não estavam mortos, mas não se movimentavam ou emitiam qualquer som.
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto 

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