quarta-feira, 11 de junho de 2014

“A droga da obediência”, de Pedro Bandeira – Caspérides foge da “Pain Control”; louca perseguição pelo centro da cidade; jovem encontrado morto num matagal de cidade das imediações

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/06/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_10.html antes de ler esta postagem:

Caspérides estava muito decepcionado... Não podia acreditar que a droga que ele havia criado (mas que sequer conhecia profundamente) estava sendo testada em humanos. Suas dúvidas eram inúmeras... Não havia como saber se a droga provocaria danos permanentes, se o código genético seria afetado, se comprometeria a descendência dos jovens...
O pesquisador começou a pensar no que fazer para impedir que o Doutor Q.I. continuasse com aquela loucura completamente contrária à ética dos cientistas.
(...)
Pela vidraça do laboratório, ele viu que os três seguranças da “Pain Control” caminhavam em sua direção... Os tipos eram enormes e truculentos... Caspérides não sabia os seus nomes e, como os conhecia de vista, chamava-os em pensamento de “Coisa”, “Animal” e “Fera”. Apesar do cansaço da noite insone, entendeu que aquela visita se relacionava à sua ousadia por se contrapor ao Doutor Q.I.
Sem tempo a perder, e considerando que os seguranças também não o conheciam, tirou os óculos e tomou posse de uma vassoura... Não demorou e os três homenzarrões invadiram o laboratório... O tipo que Caspérides chamava e Animal perguntou-lhe onde estaria o doutor “Caspa não sei o quê”.
O improvisado disfarce funcionou, já que nem deram conta de que o faxineiro com o qual falavam era exatamente quem procuravam... Varrendo o chão, Caspérides respondeu que o doutor passara a noite em claro e que naquele momento estava no laboratório de engenharia genética. Disse isso e apontou para o fim do corredor... Enquanto os seguranças se encaminhavam para lá, Caspérides saiu de fininho.
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Ele mesmo sabia que não seria fácil deixar os domínios da “Pain Control”... Tinha certeza de que a portaria principal já estava em alerta e aguardando a sua saída para detê-lo.
O momento em que o bioquímico deixava a indústria era de chegada e saída de funcionários... Ele sabia que se se colocasse entre os que se dirigiam para fora seria mais facilmente detectado... Então improvisou um artifício simples, mas que funcionou: posicionou-se no meio das pessoas que estavam de frente para o interior da fábrica, mas os seus passos o levavam para fora porque andou para trás... De repente viu que estava na rua e, sem demora, entrou no primeiro ônibus que conseguiu. Ao olhar para trás notou o Coisa, o Animal e o Fera apontando em sua direção...
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O ônibus teve de parar bruscamente. Em pleno centro da cidade o veículo que conduzia os perseguidores bloqueou sua passagem. Caspérides não teve dúvida e saiu do coletivo pela janela... Coisa, Animal e Fera dispararam em sua captura, mas para eles a situação também não era das mais fáceis... Tiveram de correr entre transeuntes apressados e passar pela agitada Rua da Quitanda. Quando chegaram à 15 de Novembro o fluxo de pessoas praticamente se interrompeu... Havia um alvoroço porque um banco estava sendo assaltado naquele mesmo momento, e a polícia agia em meio ao aglomerado... No meio da confusão dos seguranças da “Pain Control” ficaram sabendo da ocorrência em que o perigoso e procurado assaltante “Zé da Silva” acabou detido...
O episódio foi marcado pela movimentação de várias viaturas policiais... E sobrou também para os três tipos que acabaram presos por serem flagrados armados em meio ao tumulto. Eles foram colocados em um dos camburões e levados para a delegacia... Em outra viatura, o perigoso “Zé da Silva” também seguia algemado.
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Enquanto essa confusão toda ocorria no centro da capital, num matagal de Taboão da Serra um jovem era encontrado morto a tiros.
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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