Os quatro amigos foram devidamente disfarçados por Calu... Sua missão era procurar Bino nas escolas elencadas por Crânio. De fato, graças à competência do garoto que se dedicava à dramaturgia, os “karas” ficaram irreconhecíveis.
Magrí divertiu-se com sua aparência... Ela tornou-se surpreendentemente feia e deselegante... O próprio Calu tratou de arranjar uns arames para os dentes da menina, isso fez com que até sua voz se alterasse consideravelmente. A transformação em “outra pessoa” fazia parte do plano de Miguel.
A garota visitou o Rio Branco e constatou que Bino não estava entre os estudantes daquele colégio... Ela não tinha dúvidas de que o reconheceria. Depois de cumprida a sua parte da missão, restou-lhe partir para a lanchonete em plena Avenida São João, onde o grupo se reuniria.
(...)
Magrí passava por calçadas de lojas de
eletrodomésticos quando foi surpreendida por uma notícia transmitida por um
aparelho de televisão que funcionava numa vitrine... O repórter falava a
respeito de outro cadáver de jovem estudante desaparecido. É claro que aquilo lhe
chamou a atenção e o mínimo que podia fazer era aguardar a conclusão da
matéria.

É claro que isso deixou a garota muito abalada, mas
não podia vacilar e tentou observar o máximo que podia para garantir as
informações que os jornalistas haviam levantado... A notícia pouco revelava...
Concluía-se apenas que os repórteres haviam sido mais rápidos do que a
polícia... Porém um pequeno detalhe captado pela câmera na ocasião em que filmaram
o assassinado não escapou aos olhos atentos de Magrí.
Ela viu que no dedo de Bronca estava o “dedal” de Chumbinho...
Certamente não seria sem uma razão que o garoto transferira o seu curativo para
a mão do ex-aluno do Elite.
Essa constatação fez Magrí tomar outro rumo... Então, em vez de ir à
lanchonete, entrou num táxi e ofereceu uma boa soma para que o motorista seguisse
bem rápido até o Instituto Médico Legal...
(...)
Magrí pretendia ver Bronca e subtrair o “dedal” de Chumbinho...
Não foi difícil conseguir a autorização dos funcionários e policiais...
Ela apresentou-se como namorada do rapaz e o seu pranto sensibilizou a todos.
Enquanto proferia palavras de desespero e se atirava sobre o moço
estirado na fria pedra, ela retirou o que lhe interessava... Um funcionário deu
por encerrada a dramática despedida e a conduziu para fora da sala.
(...)
Pouco tempo depois, diante do corpo de Bronca, o
pensativo detetive Andrade lamentava a dificuldade do caso que devia resolver
ao mesmo tempo em que se indignava com a crueldade e frieza dos bandidos que
tinha de capturar... Foi de repente que interrompeu suas reflexões por ter
notado algo diferente no cadáver.
Observou as fotografias
feitas pelos peritos e viu que estava faltando o curativo... Imediatamente
associou o fato à visita da menina que tinha acabado de sair... Ele exigiu que
a procurassem, mas já não havia nenhum rastro de Magrí nas imediações.
Antes de tratarmos do encontro de Magrí com os demais “karas”,
será preciso retornar à “Pain Control” para sabermos o que ocorreu com o
Chumbinho após a tragédia que vitimou o pobre Bronca. Mas isso é assunto para a
próxima postagem.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/06/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_23.html
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto