segunda-feira, 2 de junho de 2014

“A droga da obediência”, de Pedro Bandeira – divergências entre Miguel e o diretor Cardoso sobre como tranquilizar os estudantes; Andrade e Rubens, dois investigadores policiais; a polícia não conseguiu nenhum depoimento relevante de Chumbinho; no esconderijo dos “Karas”, as primeiras conclusões

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/06/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira.html antes de ler esta postagem:

Cardoso, o diretor do colégio Elite, insistiu com Miguel que “a verdade tem várias facetas” e que divulgar sobre o desaparecimento do Bronca equivaleria a revelar informações aos bandidos... Miguel argumentou que a verdade é uma só e que, do modo como o diretor falava, ele dava a entender que na própria escola existiriam suspeitos. Cardoso explicou que deveriam evitar clima de pânico na escola para que a polícia tivesse todas as condições de trabalhar...
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O diretor do colégio apresentou dois policiais que investigam o caso ao Miguel. O tipo mais velho e gordo era o detetive Andrade... O outro, mais jovem e calmo, era o detetive Rubens. Andrade chefiava as investigações, mostrava-se agitado e transpirava sem parar... Enquanto Rubens aparentou ser um tipo mais amigável e dado ao diálogo, o chefe não acreditava sinceramente que houvesse algo de real naquela história de sequestros.
Miguel se surpreendeu quando Chumbinho entrou na diretoria conduzido por um guarda... O policial anunciou que se tratava do último a ter um contato com o desaparecido Bronca... No mesmo momento, Andrade quis que o garoto dissesse algo significativo para as investigações. A atmosfera começou a ficar muito pesada... Miguel não gostou da situação e achou que Chumbinho podia complicar ainda mais as coisas, então cruzou os braços na esperança de que o menino conhecesse o sinal dos Karas que indicava “boca fechada”... Demonstrando que sabia muito a respeito do grupo que o acolhera, Chumbinho não falou nada de relevante sobre a conversa que teve com o desaparecido... Evidentemente isso deixou Andrade muito irritado.
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O esconderijo dos Karas só era acessado a partir de um alçapão que se localizava num quartinho que servia de depósito dos equipamentos de limpeza... Então eles se reuniam no forro. Graças a algumas telhas de vidro, o ambiente não ficava totalmente escuro, pois podia contar com certa iluminação natural (do sol, da lua)... E não é só isso... A leitura permite concluir que o esconderijo era dotado de equipamentos (como computador) que facilitavam as pesquisas que os garotos precisavam realizar para desvendar os mistérios que adotavam.
Foi nesse refúgio que falaram do que pensavam, discutiram a respeito das matérias que os jornais publicaram sobre os sequestros e cogitaram sobre os prováveis métodos dos bandidos... Quem eram? Como agiam? Por que estavam desaparecendo três estudantes de cada colégio? Nove escolas já haviam sido palco de crimes!
O comportamento do Bronca só podia indicar que ele devia ter utilizado uma droga... Mas havia sido forçado a isso? Se era assim, o que pretendiam com os estudantes? Seriam usados como cobaias? O raciocínio de Crânio indicava que mais dois estudantes do Elite seriam raptados... Era bem provável que ainda estivessem atuando silenciosamente no interior da escola... Então, era preciso investigar o quanto antes...
Chumbinho queria participar da discussão... Ninguém estava interessado em ouvi-lo, mas tiveram de demonstrar atenção... Então o menino disse que cumprira a sua tarefa e conversou com Bino, um tipo legal, com o “defeito de não gostar de fliperama”... 
(...)
É como Miguel já imaginava, além de o garoto não ter a menor condição de contribuir com algo relevante para o grupo, poderia se tornar um estorvo... E para complicar, a ideia de que poderia haver alguém na escola pronto para aliciar mais dois estudantes, drogá-los e sequestrá-los na sequência, era apavorante... Precisavam agir.
O grupo dos Karas era destemido e não se dobraria... Depois de algum tempo em que permaneceram pensativos, o líder decidiu que era momento de manifestar um plano de ação... Fez isso com o cuidado de afastar o pequeno Chumbinho sem que ele desconfiasse que estivesse sendo “descartado”.
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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