terça-feira, 24 de junho de 2014

“A droga da obediência”, de Pedro Bandeira – Miguel encontrou Bino, ou Bino encontrou Miguel?; capangas da “Pain Control” se infiltraram na casa de Caspérides; excelente trabalho de Crânio e Magrí

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/06/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_2229.html antes de ler esta postagem:

É isso mesmo. Miguel estava se desvencilhando do disfarce no banheiro do Logos quando Bino se aproximou... Num primeiro momento, o líder dos “karas” ficou sem saber o que fazer porque a aproximação foi surpreendente... Deu um jeito de fazer a peruca cair no cesto de papel sem que o outro percebesse... Mas ficou imaginando que podia ser que o tipo o reconhecesse.
De qualquer forma, Miguel tratou de conversar o mais naturalmente que podia. Respondeu que havia começado a estudar no Logos naquele ano... Bino disse que tinha acabado de se matricular.
Conforme o pequeno bandido falava, Miguel percebia que, de fato, tratava-se mesmo do Bino do Elite, porém completamente modificado para despistar as investigações... O plano dos marginais era perfeito.
O tipo foi direto ao assunto... Quis saber se Miguel estava com algum problema... E já que foi assim, Miguel emendou que estava desanimado.
Sem perder tempo, Bino disse que possuía algo que poderia melhorar o seu astral, um negócio “da pesada”.
(...)
Foi tudo muito rápido... É como se ele soubesse que o aliciado não ofereceria mesmo nenhuma resistência... De repente, já estavam fora do colégio e caminhando pela Avenida Rebouças.
Miguel estranhou, mas não podia deixar a chance escapar. A van parou próxima dos dois. A porta mal se abriu e ele foi atirado para o fundo do carro... O garoto foi entorpecido com um pano umedecido em clorofórmio.
Como sabemos, não era assim que o pessoal do Doutor Q.I. atuava quando saía em busca de novas cobaias.
(...)
Miguel despertou na “Pain Control”. Subtraíram-lhe os disfarces que restavam e o abandonaram num quarto sem janelas... A cama não era das mais confortáveis, mas não se pode dizer que o ambiente fosse dos piores... Ao despertar, viu que na parede à sua frente estava uma tela... Não demorou e ela funcionou.
A silhueta do Doutor Q.I apareceu chamando-lhe pelo nome e anunciando que ele estava sendo aguardado.
(...)
Magrí e Crânio seguiram para o endereço de Márius Caspérides indicado pela lista telefônica... Chegaram com cuidado à casa localizada na Vila Mariana... Fizeram-se passar por um casal de namorados para não despertar atenção das demais pessoas. Bem próximos do local puderam ouvir sussurros que vinham do interior... Havia pessoas lá dentro, e pelo visto elas também estavam à espera de Caspérides, pois falavam a respeito de sua demora.
Percebendo essa situação, Magrí e Crânio prosseguiram encenando um par romântico e andaram pela calçada... Notaram que um carro preto estacionado próximo à esquina fazia parte da trama que se desenrolava na casa do bioquímico... Viram que o tipo do veículo estava dormindo profundamente, então concluíram que certamente já fazia um bom tempo que os bandidos haviam se instalado ali para atocaiar o cientista.
Não tiveram problemas para se aproximarem mais da casa... Magrí, que era uma excelente ginasta, fez acrobacias que a colocaram de ponta cabeça no beiral... Como um grande morcego camuflado pela escuridão, ela pôde ouvir mais detalhadamente que os dois brutamontes conversavam exatamente sobre Márius Caspérides...

Eram o Coisa e o Animal... Eles estavam ali para matar o cientista... Conforme falavam, revelavam que também eles corriam risco, já que, se não o eliminassem, seriam punidos pelo Doutor Q.I.
Magrí ouviu a tudo isso com muita atenção. E foi assim que ficou sabendo também que os atrapalhados capangas da “Pain Control” desconfiavam que Caspérides estivesse foragido... Não se conformavam de o terem perdido durante a perseguição pelo centro da cidade, justamente quando ocorria o assalto ao banco na região da Praça do Patriarca... Lamentavam terem sido capturados pela polícia no mesmo instante em que o marginal Zé da Silva havia sido detido... Por um lado tiveram a sorte de serem soltos graças à intervenção do detetive parceiro do Doutor Q.I., pois o assaltante de bancos amargava a prisão... Mas por outro lado estavam ali sem saber o que fazer e, ainda por cima, ameaçados de morte pelo chefe...
Os atrapalhados capangas da “Pain Control” só interromperam a sua falação quando ouviram um barulho que vinha da direção da calha anexa ao telhado... Nada viram, então foram para a frente da casa, mas ali só havia um jovem casal de namorados. O Coisa perguntou se eles não viram ou ouviram nada de estranho... O moço respondeu negativamente...
Enquanto Coisa e Animal resolveram seguir para o carro, onde o Fera roncava, Crânio e Magrí se dirigiram para a casa... A garota conseguiu forçar a janela que dava para o jardim... Entraram e com o auxílio de uma lanterna descobriram o computador de Caspérides... Ligaram a máquina, que guardava em sua área de trabalho uma pasta intitulada “D. O. Conclusões finais”          ... Leram registros apavorantes... Crânio copiou o arquivo em um disco e, antes de saírem, ainda teve tempo de tomar posse de uma fotografia do cientista que estava num porta-retrato.
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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