sábado, 7 de junho de 2014

“A droga da obediência”, de Pedro Bandeira – uma sessão de hipnose; revelação da mensagem e novas preocupações para Miguel; Chumbinho é levado a um grande pavilhão; 20º sequestrado?

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/06/a-droga-da-obediencia-de-pedro-bandeira_6.html antes de ler esta postagem:

Dona Rosa estranhou o convite de Magrí... Mas ela acabou aceitando de bom grado e se dirigiu ao quartinho das vassouras, que se localizava no vestiário. A conversa pacienciosa de Crânio também a agradava... O rapaz sabia ganhar a confiança das pessoas mais simples.
Crânio disse a ela que imaginava ser dureza encarar o pesado trabalho ali no Elite... A faxineira concordou também quando ele explicou que era natural que ela pensasse em descansar da correria e labuta, sentando-se um pouco e deixando a cabeça livre de qualquer preocupação.
(...)
Precisamos entender que o rapaz estava tentado levar dona Rosa a uma condição de hipnose... Fazia isso na esperança de obter dela a imagem dos traços e pontos avistados no momento da limpeza do banheiro... Acreditava que essa fosse a única maneira de resgatar a mensagem deixada por Chumbinho.
Não foi difícil fazer com que dona Rosa entrasse em estado hipnótico... Crânio era mesmo muito bom nisso... Depois de induzi-la ao sono profundo, o rapaz conseguiu que a senhora ficasse completamente a mercê de suas perguntas e orientações. É claro que ele perguntou a respeito do banheiro do vestiário e sua condição no momento em que ela o encontrou pela manhã... A reação da mulher foi de repugnância, e tudo o que ela conseguia dizer era que estava uma verdadeira porcaria porque os estudantes não têm a menor consideração pelos funcionários pobres...
Crânio quis saber dos “riscos e pingos” que ela encontrou na parede... Aos poucos ela explicou e, conforme falava a sequência, Magrí ia “traduzindo”. E foi assim que os “karas” souberam que a mensagem de Chumbinho se resumia a três letras (K; B; C).
Dona Rosa não tinha mais nada a dizer, pois o resto “era só porcaria e sujeira”.
O jovem hipnotizador a retirou do estado hipnótico... Dona Rosa despertou sem que pudesse se lembrar da experiência que tinha acabado de passar, e foi saindo e dizendo que tinha muito serviço a realizar pela escola.
(...)
Para Miguel não havia a menor dúvida... As letras só podiam significar “Karas”, Bino e Chumbinho. A mensagem queria dizer que os dois haviam sido capturados pelos bandidos... Crânio quis que Calu investigasse se Bino havia aparecido na escola naquele dia...
De fato, o outro garoto também havia sumido misteriosamente... Miguel ficou ainda mais arrasado porque se sentiu culpado também pelo desaparecimento do Bino que, pelo visto, havia entrado naquela trama porque, a seu pedido, tinha sido contatado por Chumbinho.
(...)
Neste ponto da história precisamos retornar ao drama que Chumbinho estava vivendo. Depois de ter entrado na van escura, o garoto ficou sem a menor noção do rumo que estava tomando... Por volta do meio-dia, o veículo parou e logo que a porta traseira foi aberta uma forte luz o cegou.
O mesmo tipo alto e de “porte animalesco” que o havia transportado, ordenou que se retirasse... Aos poucos, Chumbinho percebeu que estava num grande pavilhão do que parecia ser uma grande fábrica... Outros dois tipos, que também lembravam “gorilas ferozes”, se aproximaram do recém-chegado. No pulso esquerdo do menino foi colocado um “bracelete de esparadrapo” onde se lia D.O.20... Chumbinho não entendeu o que significavam as letras, mas quanto ao “20” imaginou que era uma indicação de que ele fosse o vigésimo capturado.
Sempre disfarçando o máximo que podia, Chumbinho seguiu refletindo sobre a incoerência entre aquele número e a quantidade de jovens já sequestrados (três estudantes de nove escolas distintas)... Portanto deveria haver 27 estudantes... O Bronca seria o vigésimo oitavo... Então o número em seu pulso deveria ser o “29”.
Apesar da incoerência, a sequência de fatos que havia vivenciado naquele dia deu-lhe a convicção de que, de fato, até então a quantidade de sequestrados era de 19 jovens... Ele só podia ser o vigésimo!
Chumbinho conseguiu entender que os cálculos dos “karas” estavam equivocados... Mas àquela altura só ele podia compreender os motivos.
Leia: A droga da obediência. Editora Moderna.
Um abraço
Prof.Gilberto

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