quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Tempo de Esperas, de Fábio de Melo (PE.) – próximo do fim, Abner esclarece que o amigo está preparado para ter Clara de volta; revela-lhe a verdade

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/08/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_15.html antes de ler esta postagem:

Aquela foi a última carta de Abner a Alfredo.
Sobre os seus registros podemos destacar ainda:
Ele explicou que Clara lhe contou sobre a admiração que sentia pelo amigo, mas via com preocupação o fato de ele não apreciar as coisas simples... E simplicidade é o que ela havia herdado de Flora. A moça estudava artes em Paris e conheceu Alfredo durante as férias. Estava indecisa se retornaria aos estudos... Toda história sobre como se conheceram na livraria e tudo o que se passava com o casal, Clara relatou ao pai. Foi assim que ele ficou sabendo do desencanto dela em relação à conclusão de que a projeção inicial sobre ele havia se tornado irreal devido à sua insistência em encontrar respostas a todos os problemas do mundo... Isso a deixou muito assustada.
Depois de ouvir a filha sobre as incompatibilidades que afloravam em seu relacionamento com Alfredo, Abner sugeriu que ela não o procurasse mais... Ele sabia que, para ela, o “admirar as estrelas" valia mais que o "muito explicar e dizer” de Alfredo.
O fato é que Clara retornou a Paris. Imitando a sua letra, Abner mesmo escreveu o bilhete sobre sua decisão de “desaparecer com o florista”. O professor revela que fez isso tentando ajudar, pois sabia que embora Clara tivesse feito a coisa certa, seu amor por Alfredo ainda permanecia. Com essa convicção em mente, Alfredo acertou detalhes com o amigo Lamartine, o professor que tinha acesso ao moço... A história do “manuscrito inédito” também foi inventada como artifício para atrair Alfredo à correspondência com o renomado Abner.
O plano, como sabemos, deu certo. O professor Lamartine foi o elo de que Abner necessitava para iniciar o contato... Em momento algum Clara ficou sabendo das iniciativas do pai que, sempre que entrava em contato com ela, ficava sabendo sobre como andavam seus sentimentos. Ao saber que ela ainda desejava encontrar-se com Alfredo, Abner insistiu em suas cartas que ele construísse o jardim. Ele sabia que as mudanças ocorreriam com o tempo.
Clara chegaria em breve e procuraria Alfredo para tratar da relação. Então Abner solicitou que o amigo não revelasse nada sobre a correspondência que trocaram ou sobre o cultivo do jardim.
Ele explicou também que havia sido diagnosticado nele o mesmo câncer que vitimou Flora. Resolveu que “trataria” a doença em casa... Contava com poucos dias para a finalização de sua existência material... Morreria reconciliado consigo mesmo. Clara sofria com essa situação e pretendia retornar o quanto antes, mas ele a impediu... Com isso esperava que o jardim de Alfredo florescesse... Clara se surpreenderia com ele.
No final de seu texto, Abner revela que Clara era o “raio de sol” que visitaria Alfredo...
Seu fim se aproximava, lamentava não conhecer o rosto do amigo, que considerava um filho... Mas aos seus cuidados deixaria Clara, e o jardim que cultivou em memória de Flora.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/08/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe-o_17.html
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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