sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Tempo de Esperas, de Fábio de Melo (PE.) – o fim; última carta; “quem vive se buscando nunca para de chegar”

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/08/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_16.html antes de ler esta postagem:

A última carta enviada por Abner foi mesmo a derradeira (sem receio da redundância; não haveria outra)... Sua despedida definitiva sentenciava também o seu “testamento”. Deixara o jardim e Clara aos cuidados de Alfredo, seu discípulo.
Alfredo não estava em casa quando a carta chegou (tinha viajado com a mãe). Em seu retorno foi surpreendido pela carta e pelas notícias dadas por seu pai sobre a morte do professor e a respeito da visita de Clara... Sim, ela apareceu para procurá-lo.
(...)
O final do livro apresenta a carta que Alfredo escreveu vinte anos após a morte de Abner. Ela registra os episódios que se sucederam desde aquela ocasião.
E do que ele deixou escrito, e seria depositado em algum lugar do jardim do mestre, podemos destacar:
Ao chegar à casa de Abner, encontrou a entristecida Clara, sua amada... O encontro foi de forte e demorado abraço, de troca de palavras que fortaleciam a união dos dois... Alfredo segue narrando esses detalhes, também sobre tudo o que havia sido deixado (casa; jardim; livros; Argus, o cão...). Demonstrou imenso respeito, contristação mesmo, naquele ambiente tão significativo para ele... Ali a presença de Abner era sentida. O rapaz se emocionou ao ler frases de suas cartas ao professor em meio ao jardim.
Alfredo, como que querendo mostrar que Abner tinha razão, registra que ele e Clara namoraram por pouco mais de um ano... Casaram... Concluíram os estudos. Ele ocupa a mesma cadeira que fora de Abner na faculdade. Ela ensina pintura na Escola de Artes e abriu uma floricultura que fica sob a responsabilidade de Maria Flor, filha mais jovem do casal.
Os dois outros filhos de Alfredo e Clara são Abner, que tem “inclinação à Filosofia”; e Carolina que, ao que parece, apresenta os traços da personalidade do pai ao seu tempo de juventude. Alfredo conta que Clara se espantou ao perceber que o marido conhecia tanto a respeito de seu pai... Mas nunca ficou sabendo nada sobre a correspondência que trocaram ou a amizade que construíram...
Aquele processo havia sido tão importante para ele que essa última carta era de agradecimentos por todo o seu aprendizado... E também pela herança deixada... Ele despeja belas palavras sobre as mensagens trocadas com o seu querido amigo...
Foram tantas...
E isso foi o final?
Deixo aqui a última mensagem que o autor reservou para o fim do livro: “Quem vive se buscando nunca para de chegar”.
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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