Vemos Henri chegando ao Quai d’Orsay (à margem esquerda do Sena, cais entre a torre Eiffel e o palácio Bourbon – Assembleia Nacional Francesa, anexo se encontra o Ministério das Relações Exteriores) ainda muito triste depois de sua conversa com Vincent. Chegava para o encontro com Tournelle. Este recomendou paciência ao das Viernas. Disse que a sua carta seria levada em consideração... A correspondência seria analisada e sua secretária estaria à disposição para receber e entregar papéis... Henri prosseguiria como intermediário. De sua parte, este concordou que o pessoal de das Viernas podia estar iludido em relação à França, mesmo assim aceitava que eles tinham razão ao pretenderem a eliminação de Salazar. Achava que, de alguma forma, era necessário contribuir...

Henri seguiu lamentando a situação de das Viernas, aquele que esperava que a salvação de seu país viesse de outro... Mas, infelizmente, a França não tinha condições de prestar socorro. Então via-se como “desprezível cidadão de uma potência de quinta categoria”... “A França nada pode fazer”... Refletiu sobre as ruas de Paris, enquanto contemplava o fluxo do Sena, o movimento ao redor, prédios, escritórios... Incrível, a guerra poupou Paris... Ao menos poderia pensar sobre a importância de seu jornal e seus artigos... Mas nem isso alterou seu ânimo. Avaliou sua produção textual como “letra morta” que as pessoas apenas dão uma passada de olhos, amassa e atira ao cesto de lixo... Fim da História!
Já no escritório, vinham-lhe outras questões... Então haveria importância em permanecer independente? Nesse caso Dubreuilh e Samazelle teriam razão... Por que não aceitar imediatamente? Um simples telefonema selaria a questão... Vacilante, Henri desiste de acionar o aparelho telefônico e retorna ao seu artigo... Subitamente o telefone toca.
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Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.
Um abraço,
Prof.Gilberto