quarta-feira, 5 de novembro de 2014

“Androides sonham com ovelhas elétricas?”, de Philip K. Dick – no museu com Luba; um humanoide contempla a arte de Munch; Resch e sua determinação; um presente de Deckard

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/11/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_4.html antes de ler esta postagem:

Luba Luft vestia-se de modo deslumbrante... Passeava com desenvoltura pelo museu... Trajava “calças justas brilhantes e uma espécie de top dourado e resplandecente”.
Quando Deckard e Resch se aproximaram, ela contemplava a tela Puberdade, que retrata “uma jovem, mãos cruzadas, sentada a beira de uma cama”. A figura retratada apresenta “uma expressão de confusa surpresa conjugada a um novo e crescente espanto impresso em seu semblante”. (vale conferir as reproduções na internet)
(...)
Estava claro que o tipo já se dava por vencida.
Rick perguntou se Luba gostaria que ele lhe comprasse o quadro...
De sua parte, Resch se mostrava decidido a dar cabo da andy de uma vez por todas... A lembrança do vacilo em relação a Garland tornou-o resoluto... Não era por acaso que no mesmo instante em que depositava uma das mãos sobre o ombro de sua vítima, procurava esconder o tubo de laser na outra.
Mergulhada em sua contemplação, Luba respondeu que a tela não estava à venda... Depois, retornando à realidade, emendou que não esperava encontrar Deckard, pois o tinha como aprisionado pelo departamento chefiado por Garland... Rick apresentou Resch e esclareceu que o policial Crams era um androide... Disse que também Garland era androide, e que sabia que ela e todos os demais haviam partido de Marte na mesma nave.
Deckard foi despejando tudo o que havia descoberto. Falou sobre o departamento de polícia que ela havia contatado... Explicou que, na verdade, o edifício localizado na Mission era apenas uma “agência organizadora” que mantinha o grupo de andys em contato e trabalhava para a sua proteção... Rick também falou que todo o esquema funcionava com estrutura tão bem definida que a contratção de um caçador de recompensas humano (referia-se a Resch) contribuía para a segurança dos foragidos.
É claro que todas essas coisas não eram novidade para ela.
(...)
No mesmo instante, Luba redarguiu sobre a condição de Resch. Foi firme em sua afirmação garantindo que ele não era humano, mas um androide como ela... Sem demonstrar abalo, Phil Resch manifestou que sua condição seria verificada no devido momento (referia-se ao teste que Rick aplicaria).
(...)
Os três seguiram para o elevador do museu... Luba os acompanhava sem oferecer resistência... Pelo menos era o que aparentava, mas Deckard sabia que os andys eram assim mesmo... Em seus momentos derradeiros não pareciam se agarrar a qualquer possibilidade de permanecer existindo... Deckard sabia que, de repente, eles podiam explodir em fúria...
Todavia a situação indicava que, em meio à multidão, Luba não ousaria reagir... Também estava claro que não poderiam aposentá-la ali, pois o pânico seria generalizado, e os humanos não podiam saber em hipótese nenhuma que havia androides circulando entre eles... A eliminação teria de ocorrer no interior do hovercar.
(...)
No momento em que passavam por uma loja temática, o rosto de Luba se iluminou... Ela pediu para Rick comprar-lhe uma reprodução de Puberdade... Ele atendeu à solicitação de sua presa.
A lojista informou que não possuía cópias avulsas, mas por 25 dólares ele podia adquirir um livro que reunia obras de Munch... Sem dúvida, um belo presente. Deckard não pestanejou, entregou as notas à mulher e passou o livro a Luba.
Resch reagiu ao ato benevolente do comparsa dizendo que “nem por um milhão de anos” o departamento reservaria verba para aquele “tipo de despesa”...
Rick ressaltou que o dinheiro saíra de seu próprio bolso...
Na sequência pediu para que se apressassem na descida para o pátio de estacionamento.
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas