segunda-feira, 10 de novembro de 2014

“Androides sonham com ovelhas elétricas?”, de Philip K. Dick – Resch não é um humanoide, a sua “postura fria” em relação aos andys é “normal”; Deckard se sente incomodado e se submete ao Voigt-Kampff

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/11/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_8.html antes de ler esta postagem:

Que rumo as convicções de Deckard tomariam no caso de o teste confirmar a condição humanoide de Resch?
Para o avaliado Resch ele poderia “renovar a sua fé na raça humana”... Mas o final poderia ser diferente (e era isso o que Resch esperava), então ele sugeria que Deckard buscasse nova sustentação ideológica.
Essas considerações ocorreram pouco antes de o teste se iniciar... De certa forma, podemos dizer que ele (Resch) era do tipo que não depositava esperanças no futuro da humanidade.
Deckard não tinha tempo para filosofar... O equipamento foi acionado. Destacou que o tempo de reação às perguntas era muito importante na avaliação.
A primeira pergunta foi escolhida aleatoriamente... Ele puxou-a pela memória.
(...)
Não temos maiores detalhes a respeito das perguntas que Phil Resch teve de responder... E nem mesmo sobre as respostas que ele deu.
Na sequência vemos Deckard em silêncio e reorganizando o seu equipamento na pasta... Resch estava aliviado... O resultado dera negativo para humanoide... Ele estendeu a mão para pegar a sua arma de volta.
(...)
Deckard disse que tudo indicava que Resch havia acertado ao suspeitar das intenções de Garland... Aquele tipo queria colocá-los em “campos opostos”.
Resch quis saber se ele já havia formulado nova ideologia... Deckard respondeu que a empatia manifestada pelo outro era “deficitária”... Não havia testes que pudessem identificar aquilo... O que mais assustava Deckard era o modo como Resch se referia aos andys e como não se sensibilizava em relação a eles...
(...)
Dos dois, não seria Deckard o complicado?
A diferença básica entre eles estava no fato de Rick notar que ultimamente vinha pensando a respeito do “trágico fim” das máquinas... Não conseguia vê-las simplesmente como “simulações”...
Não há como não nos lembrarmos do caso de Luba Luft... Embora ele soubesse que ela era apenas um projeto elaborado por determinada empresa, não havia como não admitir que Luba fosse um tipo “genuinamente vivo”.
Resch aborrecia-se com aquele discurso. Disparou que dificilmente poderiam se proteger se os andys fossem incluídos na “faixa de identificação empática” do mesmo modo que os animais... Para ele, devia ficar claro que o caçador de recompensas era como que uma barreira entre os humanos e os Nexus-6... Sendo assim, tipos como ele e Rick não poderiam vacilar perante os humanoides.
(...)
Deckard montou novamente o teste Voigt-Kampff... Esclareceu que dessa vez era ele quem pretendia ser avaliado por uma questão específica. Então solicitou a Resch que observasse os marcadores... Colou o disco adesivo em sua face e ajustou o feixe de luz.
Depois de passar as orientações para Resch, Deckard iniciou o teste dizendo que “está num elevador com um andy recentemente capturado”... Na sequência da situação hipotética, alguém se antecipa e “aposenta a coisa”...
Deckard perguntou a Resch sobre o comportamento dos ponteiros... O esquerdo havia ficado em 2.8 e o direito em 3.3... Isso não significava nada que merecesse apreciação por parte de Rick...
Ele seguiu com outra narrativa de situação hipotética para a sua autoavaliação... Na verdade ele apenas acrescentou que o androide no elevador era feminino... Os ponteiros subiram para 4 e 6... Deckard explicou que a variação era elevada o “suficiente”... Desligou o feixe de luz e retirou o disco adesivo garantindo que a resposta era “categoricamente empática”.
Em outras palavras, pode-se dizer que Deckard era “capaz de sentir empatia por certos androides específicos”.
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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