segunda-feira, 3 de novembro de 2014

“Androides sonham com ovelhas elétricas?”, de Philip K. Dick – Resch “aposenta” Garland; o caçador de recompensas do “departamento paralelo” consegue retirar Deckard do prédio; Resch se compromete a ajudar Deckard na eliminação da srta. Luft; o tipo reflete sobre sua condição existencial enquanto Deckard esconde o que pensa

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/11/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_2.html antes de ler esta postagem:

Quando Phil Resch retornou ao escritório de Garland, o chefe foi logo apontando contra ele.
Instintivamente, Resch e Deckard lançaram-se ao chão. A rapidez e precisão de Resch foi incrível porque enquanto caía, apoderou-se de seu tubo-laser e disparou atingindo a cabeça de Garland... Na sequência gabou-se por saber prever corretamente as decisões dos androides.
Resch quis saber o que Garland havia dito durante o tempo em que se ausentou... Deckard falou que ele havia confessado que era um andy... Ia completando as informações sobre o próprio Resch, também robô... Mas se conteve e disse que o ex-chefe tinha certeza de que o subordinado o identificaria... Além disso, completou, era certo que o prédio estava “infestado de androides”.
(...)
Phil Resch passou a se preocupar unicamente em sair com segurança dali. Explicou que algemaria Deckard e que, assim, poderiam sair sem maiores complicações... Com a ponta do sapato tocou o corpo do andy... Novamente fez referência ao fato de, antes mesmo de abrir a porta, ser dominado pela convicção de que seria atacado... Admirou-se por Deckard não ter sofrido nenhuma agressão.
Sobre isso, Rick explicou que o foco de Garland permanecera em Resch, todavia ele o havia ameaçado com o tubo laser.
(...)
A conclusão de Resch foi a de que Rick precisava retornar à Casa de Ópera e acabar com a srta. Luft... Ele concordou, mas deixou claro que isso só poderia ser feito se o “comparsa” o tirasse dali em segurança.
(...)
O tipo quis saber se Deckard pensava nos androides como “coisas”. Ele respondeu que “antigamente, sim”, mas conforme o tempo passou percebeu que não tinha mais essa necessidade, quer dizer, podia prosseguir em sua atividade profissional sem maiores escrúpulos de consciência.
Os dois posicionaram Garland em sua poltrona. Pelo interfone, Resch informou que o chefe não pretendia ser incomodado na próxima meia hora...
(...)
Saíram pelos corredores em direção ao elevador que os levaria ao hovercar de Resch... Nenhum dos tipos fardados pelos quais cruzaram lhes deu a menor atenção... Resch ainda comentou que se Garland possuísse um “sistema de aviso de morte”, o desfecho do episódio seria outro.
Depois ele quis saber se o departamento de polícia onde Deckard trabalhava o aceitaria... É claro que precisaria arranjar uma nova ocupação.
Essa pergunta não era de fácil resposta para Deckard. Para não provocar decepção no outro, respondeu que não haveria motivo para que o seu departamento o recusasse, mas ressaltou que havia o inconveniente do “quadro de caçadores” completo...
(...)
Deckard não se sentia bem... Estava angustiava porque Resch conseguiu libertá-lo daquele “departamento paralelo”, onde poderia ter sido assassinado... Sentia que devia, por dever e ética, dizer-lhe a verdade a respeito de sua condição humanoide (pelo menos naquele momento ele estava convencido a este respeito).
Enquanto pensava sobre isso... Ouvia Resch dizer que durante três anos havia sido dirigido por androides em seu trabalho... Nunca desconfiara o suficiente para que tomasse alguma providência...
Rick quis contemporizar afirmando que talvez não fosse tanto tempo assim... Bem podia ser que aquelas máquinas tivessem se infiltrado posteriormente... Mas Resch garantia que desde o princípio Garland havia sido o seu superior.
Deckard disse que o oficial afirmou que o grupo de andys havia chegado ao planeta “ao mesmo tempo”... Certamente fazia apenas alguns meses que haviam se instalado no “departamento paralelo”...
Resch insistiu em sua teoria... Talvez existisse um Garland “verdadeiro” que foi substituído pelo humanoide. Também podia ser que tivessem impregnado nele um “sistema de memória falsa” e daí viria a confusão...
Essa última consideração o deixou ainda mais reflexivo... Finalmente sentenciou que aquele tipo de sistema não tinha efeito em humanos...
Apenas androides apresentavam “memórias falsas”.
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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