quinta-feira, 13 de novembro de 2014

“Androides sonham com ovelhas elétricas?”, de Philip K. Dick – a vida em Marte segundo uma andy; os amigos de Pris; na farmácia, o “remédio” para suportar as dores

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2014/11/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas_12.html antes de ler esta postagem:

Foi de modo voluntarioso e altruísta que Isidore afirmou que se anteciparia para capturar os que perseguiam Pris, a pequena que “apareceu” em sua vida e pela qual já sentia atração desmedida... Ele não permitiria que pudessem chegar até ela.
É claro que essa espontaneidade beirava o risível, todavia a mocinha perguntou-lhe como é que poderia assumir aquela condição... Isidore foi falando que conseguiria uma licença para portar uma arma a laser e, se fosse necessário, pediria afastamento do trabalho.
(...)
Para Pris, algo de muito ruim devia ter ocorrido aos amigos. Não entendia por que não recebia mais notícias deles... Em seu desabafo, citou-os nominalmente (Max Polokov, Garland, Luba Luft, Hasking, Roy Baty e Irmgard Baty).
(...)
Na cozinha, Isidore começou a organizar pratos, vasilhas e copos... Demorou um pouco até que conseguisse deixá-los limpos... Pris interessou-se pelo tofu, e ele pôs-se a explicar como costumava servi-lo com caldo de carne.
A moça se aproximou dele e o envolveu com um abraço... Experimentou um pedaço de pêssego e começou a chorar... Ele continuou a fatiar os ingredientes enquanto ela se afastou um pouco...
Pris estava deprimida e parecia ter necessidade de desabafar com alguém (androides tinham dessas coisas?). Ela explicou que vivia em Marte e é por isso que conhecia androides.

                                                                                  Notamos que ela julgava ter cometido um deslize quando falou com J.R. sobre a comida que ele preparava... Ela não queria que ele soubesse de sua real condição.

Isidore se sensibilizou... Enquanto experimentavam do vinho, perguntou se as únicas pessoas que conhecia na Terra eram os antigos amigos “ex-emigrantes”... Pris passou a falar sobre os assentamentos (havia um chamado Nova York), onde Roy Baty e Irmgard possuíam uma farmácia e tocavam a vida. Como em Marte o ar era seco demais, as pessoas precisavam muito de loções para hidratação de pele, e é por isso que o casal vendia muitas pomadas e produtos de beleza.
Ficamos sabendo que Roy conseguia muitos remédios para Pris... Ela explicou que em Marte eles eram extremamente necessários. A solidão no planeta era avassaladora... Garantiu que Isidore não podia mensurar, pois a situação era muito pior do que a que ele conhecia na Terra.
Ele perguntou se os androides não faziam companhia aos humanos... Pelo menos era isso o que ele ouvia nos anúncios... Pris explicou que também os androides se sentiam solitários (é claro que é só a respeito deles que ela podia dizer algo com conhecimento de causa). 
(...)
Depois Pris disse sem grande empolgação que o vinho era bom, e emendou que ela e os amigos haviam retornado a Terra porque Marte não é lugar onde se possa habitar... O ambiente “é velho” e, pelo menos no próximo bilhão de anos ainda será completamente inóspito... Sustentou que, não fossem os remédios fornecidos por Roy, dificilmente conseguiria viver por mais tempo na colônia... O “analgésico sintético silenizina” deu conta de mantê-la por um tempo.
A moça falou também sobre certo Horst Hartman, que possuía uma loja de selos e, graças a ela, o pessoal conseguia se entreter fazendo coleções... Além desse hobby, os colonos se interessavam por “ficção pré-colonial”. Os aficionados devoravam livros antigos escritos nas épocas anteriores às viagens espaciais...
Isidore não entendeu como é que poderia haver uma literatura assim, que “antecipasse situações”.
Leia: Androides sonham com ovelhas elétricas? Editora Aleph.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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