Talvez
seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/04/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino.html antes de ler esta
postagem:
Soldados e oficiais recebiam tratamentos
diferenciados de Bolívar. Enquanto os primeiros eram sempre vistos com
desconfiança e, por isso, submetidos aos rigores e sanções disciplinares, os
que comandavam recebiam o reconhecimento pelas conquistas... Com seus generais
mantinha correspondência através da qual firmava lealdade e respeito à sua
autoridade.
Houve o caso de Manuel
Piar, reconhecido por suas ações militares e aliado de Bolívar desde abril de
1817. Aconteceu que ele se dispôs a unir a população dos llanos em torno da “identidade
racial parda”. Bolívar viu nisso uma ameaça à estabilidade da Terceira
República, e não titubeou ao ordenar a captura e fuzilamento do comandante
pardo, considerado “conspirador, rebelde, desertor”. A punição exemplar
revelava o intento de acabar com as inflamadas ideias acerca de confrontos
raciais... Sem dúvida, esse poderia ser um fator de divisão da sociedade.
Havia, sim, a tentativa de fundar uma sociedade sem diferenciações
fundamentadas na pele... Bolívar desejava incorporar índios, pardos e negros ao
exército e, ao mesmo tempo, suprimir as divisões sociais.
Depois de consolidadas
várias vitórias militares, Bolívar convocou o “Primeiro Congresso Colombiano”
em Angostura. Em seu discurso confirmou os desejos em relação à nova ordem que
estava por vir. Defendeu o governo republicano sustentado pela soberania do
povo. A escravização acabaria e, uma vez suprimida a Monarquia, não mais
haveria privilégios. Liberdade civil e divisão dos poderes seriam a base dos “costumes
públicos”. Bolívar atacou o Federalismo e o triunvirato; defendeu que o
Congresso aprovasse a ideia de um presidente forte, com poderes suficientes
para “enfrentar o estado de guerra”. Não há como negar que a proposta do
general reservava às elites um papel de proeminência no futuro da região. Nem
todos poderiam votar, o senado seria hereditário e “cidadãos renomados” teriam
a função (missão mesmo) de “promover a educação e os bons costumes”. Esses constituiriam
um “quarto poder”.
O Congresso de Angostura
elaborou uma Constituição e algumas das ideias de Bolívar foram incorporadas ao
texto. A questão do fim da escravidão não foi resolvida e o tema ficou para
discussões futuras. O senado seria vitalício... Ao final de 1819, Bolívar
proclamou a República da Gran Colombia,
que unia as províncias do Vice-Reino de Nova Granada. Ele mesmo foi nomeado
presidente, mas decidiu partir para os combates aos realistas que ainda
resistiam.
O general Morillo assinou
a paz com Bolívar e logo após recebeu a ordem de retornar à Espanha, onde
Fernando VII corria riscos de perder seu poder absoluto... O dia 24 de julho de
1821 marcou a vitória das tropas emancipacionistas sobre os que almejavam a Monarquia
na Batalha de Carabobo, que resultou na libertação da Venezuela.
O Equador foi incorporado à
Gran Colombia após a vitória (na
Batalha de Pichincha) comandada pelo general Antonio José de Sucre em 1822...
Em julho ocorreu o encontro de Bolívar com San Martin em Guayaquil. San Martin
havia comandado a libertação do Vice-Reino do Rio da Prata e, com Bolívar,
tratou da emancipação do Peru... Isso foi concluído por Bolívar em setembro de
1823... Ele foi nomeado ditador do Peru e, em agosto de 1824, comandou a
independência daquele país após vencer a Batalha de Junín.
Enquanto resolvia essas
questões militares, Bolívar foi surpreendido pelas notícias de que o Congresso
Nacional da Gran Colombia discutia e
tramava contra o seu poder político. O libertador deixou o Peru e seguiu para a
Colômbia...
A última região que
ainda representava alguma resistência aos libertadores era o Alto Peru... E foi
o general Sucre que tratou de solucioná-la vencendo a Batalha de Ayaculcho... Dessa
forma garantiu-se a emancipação de toda a América do Sul em dezembro de 1824.
De modo algum a situação tornou-se totalmente
resolvida. Nas várias regiões ocorreram transtornos políticos e agravamento da
situação econômica... Esse estado de coisas levou Bolívar a concluir que as
soluções só podiam surgir do autoritarismo. Em 1826 outorgou uma Constituição
para a Bolívia. Da Lei constava o poder vitalício do presidente com o direito
de nomear o sucessor...
Graciela
Soriano, em sua introdução a Escritos
Políticos de Bolívar esclarece que o libertador procurava, com isso,
solidificar a ordem institucional que substituiu os organismos anteriores...
Bolívar via-se na “necessidade histórica de providenciar muito em pouco tempo”.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2013/04/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_17.html
Leia: Simón Bolívar. Fundação Memorial da América Latina.
Um abraço,
Prof.Gilberto