segunda-feira, 8 de abril de 2013

“Símon Bolívar”, de Gabriela Pellegrino Soares, em “Coleção Fundadores da América Latina”, coordenada por Maria Ligia Coelho Prado – o trato com os militares subordinados; a execução de Manuel Piar; primeiro congresso em Angostura; desejos republicanos mesclados aos ataques ao Federalismo; uma série de libertações entre 1819 e 1824; Sucre e San Martin; crise após as emancipações e o apelo ao autoritarismo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/04/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino.html antes de ler esta postagem:

Soldados e oficiais recebiam tratamentos diferenciados de Bolívar. Enquanto os primeiros eram sempre vistos com desconfiança e, por isso, submetidos aos rigores e sanções disciplinares, os que comandavam recebiam o reconhecimento pelas conquistas... Com seus generais mantinha correspondência através da qual firmava lealdade e respeito à sua autoridade.
Houve o caso de Manuel Piar, reconhecido por suas ações militares e aliado de Bolívar desde abril de 1817. Aconteceu que ele se dispôs a unir a população dos llanos em torno da “identidade racial parda”. Bolívar viu nisso uma ameaça à estabilidade da Terceira República, e não titubeou ao ordenar a captura e fuzilamento do comandante pardo, considerado “conspirador, rebelde, desertor”. A punição exemplar revelava o intento de acabar com as inflamadas ideias acerca de confrontos raciais... Sem dúvida, esse poderia ser um fator de divisão da sociedade.
Havia, sim, a tentativa de fundar uma sociedade sem diferenciações fundamentadas na pele... Bolívar desejava incorporar índios, pardos e negros ao exército e, ao mesmo tempo, suprimir as divisões sociais.
Depois de consolidadas várias vitórias militares, Bolívar convocou o “Primeiro Congresso Colombiano” em Angostura. Em seu discurso confirmou os desejos em relação à nova ordem que estava por vir. Defendeu o governo republicano sustentado pela soberania do povo. A escravização acabaria e, uma vez suprimida a Monarquia, não mais haveria privilégios. Liberdade civil e divisão dos poderes seriam a base dos “costumes públicos”. Bolívar atacou o Federalismo e o triunvirato; defendeu que o Congresso aprovasse a ideia de um presidente forte, com poderes suficientes para “enfrentar o estado de guerra”. Não há como negar que a proposta do general reservava às elites um papel de proeminência no futuro da região. Nem todos poderiam votar, o senado seria hereditário e “cidadãos renomados” teriam a função (missão mesmo) de “promover a educação e os bons costumes”. Esses constituiriam um “quarto poder”.
O Congresso de Angostura elaborou uma Constituição e algumas das ideias de Bolívar foram incorporadas ao texto. A questão do fim da escravidão não foi resolvida e o tema ficou para discussões futuras. O senado seria vitalício... Ao final de 1819, Bolívar proclamou a República da Gran Colombia, que unia as províncias do Vice-Reino de Nova Granada. Ele mesmo foi nomeado presidente, mas decidiu partir para os combates aos realistas que ainda resistiam.
O general Morillo assinou a paz com Bolívar e logo após recebeu a ordem de retornar à Espanha, onde Fernando VII corria riscos de perder seu poder absoluto... O dia 24 de julho de 1821 marcou a vitória das tropas emancipacionistas sobre os que almejavam a Monarquia na Batalha de Carabobo, que resultou na libertação da Venezuela.
O Equador foi incorporado à Gran Colombia após a vitória (na Batalha de Pichincha) comandada pelo general Antonio José de Sucre em 1822... Em julho ocorreu o encontro de Bolívar com San Martin em Guayaquil. San Martin havia comandado a libertação do Vice-Reino do Rio da Prata e, com Bolívar, tratou da emancipação do Peru... Isso foi concluído por Bolívar em setembro de 1823... Ele foi nomeado ditador do Peru e, em agosto de 1824, comandou a independência daquele país após vencer a Batalha de Junín.
Enquanto resolvia essas questões militares, Bolívar foi surpreendido pelas notícias de que o Congresso Nacional da Gran Colombia discutia e tramava contra o seu poder político. O libertador deixou o Peru e seguiu para a Colômbia...
A última região que ainda representava alguma resistência aos libertadores era o Alto Peru... E foi o general Sucre que tratou de solucioná-la vencendo a Batalha de Ayaculcho... Dessa forma garantiu-se a emancipação de toda a América do Sul em dezembro de 1824.
De modo algum a situação tornou-se totalmente resolvida. Nas várias regiões ocorreram transtornos políticos e agravamento da situação econômica... Esse estado de coisas levou Bolívar a concluir que as soluções só podiam surgir do autoritarismo. Em 1826 outorgou uma Constituição para a Bolívia. Da Lei constava o poder vitalício do presidente com o direito de nomear o sucessor...
Graciela Soriano, em sua introdução a Escritos Políticos de Bolívar esclarece que o libertador procurava, com isso, solidificar a ordem institucional que substituiu os organismos anteriores... Bolívar via-se na “necessidade histórica de providenciar muito em pouco tempo”.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2013/04/simon-bolivar-de-gabriela-pellegrino_17.html
Leia: Simón Bolívar. Fundação Memorial da América Latina.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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