Do que Abner escreveu, ainda podemos registrar:

O professor relata sobre a reforma da casa onde vivia. Conta que agia de modo muito diferente de sua esposa porque ele era apressado e não aceitava a lentidão dos resultados... Flora, sua esposa, o alertava sobre a necessidade de “saborear as esperas”... Havia prazer nisso, mas ele só enxergava tortura. Para complementar o raciocínio, Abner exemplifica tratando sobre a faculdade, onde notava que os estudantes só queriam saber de notas, sem levar em consideração que o ato de aprender é mais relevante do que “demonstrar que aprendeu”... As provas e suas notas “provam pouco ou nada” sobre o processo.
A parte final da carta é repleta desses conselhos que levam o amigo a não ser tão repressor consigo mesmo... Mostra que Alfredo despreza a ideia do jardim porque imagina algo extremamente racional e só possível de ser realizado se elaborado por um especialista... Não há necessidade de se prender a resultados numa atividade em que, na verdade, ele só terá a aprender com os hábitos das plantas.
Abner faz referências ao seu próprio aprendizado... Escreve sobre as avencas e erros que cometeu ao colocá-las em local de sua preferência (o escritório) sem levar em consideração que elas se adaptavam melhor em outro (a sala). Também se referiu aos percursos dos rios que fluem para o “desaguar” (a morte)... Isso é a sua transformação, já que de alguma forma prossegue nas águas de outro rio (ou no mar)... Mas há o caso do rio Amarelo (Hoang Ho), que está morrendo “antes de chegar ao mar”. Ele encerra a sua carta e pergunta a Alfredo se é possível tirar algum ensinamento dessas palavras.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/07/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe.html
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.
Um abraço,
Prof.Gilberto