quinta-feira, 7 de junho de 2012

Tempo de Esperas, de Fábio de Melo (PE.) – é preciso reconhecer-se derrotado – uma parte da resposta de Abner a Alfredo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/06/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_06.html antes de ler esta postagem:

O professor iniciou sua resposta com uma suposição. Imaginou que Alfredo estivesse bem irritado ao ler a sua última carta... Gentilmente, ele afirmou que aquilo era próprio dos mais jovens... Que também ele costumava “se armar” em relação às refutações... Ele também viveu seus dias de moço que se imaginava dono da razão. Agora, na maturidade, podia afirmar que aquele procedimento era ilusório... E é por isso que suas reflexões levavam-no a saber que seus erros do passado deviam-se a essa arrogância.
Não é com o ímpeto provocado pela nossa raiva ao sermos refutados que conseguiremos mostrar que estamos certos; certamente esse não é o caminho para a sabedoria... Bem ao contrário, a calma nos ajuda a compreender os questionamentos que se opõem aos nossos pontos de vista. O professor cita Sêneca e suas reflexões a respeito da ira.
Abner adverte o jovem Alfredo, diz que aquele que não sabe perder “perde sempre”. E isso é grave na medida em que provoca a estagnação da pessoa, que não evolui mentalmente, aumenta o número de desafetos e torna-se um tipo insatisfeito demais... Alguém assim desperdiça a vida, adoece e pode “morrer mais cedo”...
O professor confirma as suas convicções e responde que sim, “há glória no fracasso”, mas admite que o outro não esteja preparado para esse conhecimento... Alfredo é orgulhoso, demonstra ser um tipo que se considera o “injustiçado” e humilhado...
Para Abner, Alfredo deveria ter a coragem de olhar para o seu fracasso, vê-lo como sua realidade... Para se livrar daquele mal estar, o moço deveria “enterrar de vez aquele amor que havia chegado ao fim”... Só que ele insistia em “aprisionar Clara em seus sonhos”. Dessa forma, lembra o professor, retomar a vida e o seu crescimento interior, se tornava amargo e quase impossível... “O tempo da dor” prevalecia para o jovem... Então, de acordo com Abner, o rapaz não deveria sustentar a ideia de que possuía o amor de Clara porque, na verdade, ela partiu... Aquele amor morreu.
O professor sintetiza que “depois de morto, o corpo precisa ser sepultado”. Mas não é só isso, pois há a necessidade de dar prosseguimento à vida de tudo o que permanece. Então, reconhecer a derrota se faz necessário; é preciso “saber perder”.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/06/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe-e_08.html
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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