sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tempo de Esperas, de Fábio de Melo (PE.) – é preciso reconhecer-se derrotado – outra parte da resposta de Abner a Alfredo

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/06/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe-e.html antes de ler esta postagem:

Na sequência, as palavras mais duras de sua resposta. Alfredo é orientado a refletir sobre a realidade de “não estar no pódio” porque, na verdade, “perdeu a corrida”... A Filosofia perdeu... O lugar mais alto pertence a alguém que lida com cestas de flores... Poemas, heróis mitológicos e discursos filosóficos não foram páreo para o outro, um florista.
Abner registra que o moço intelectual não deve insistir em perguntar sobre conteúdos que nem mesmo sabe o porquê... Mais do que buscar, a qualquer custo, respostas para questões lançadas a esmo, Alfredo deveria mergulhar na dor que estava vivendo.
O professor segue admitindo que o moço tenha razão ao afirmar que seu raciocínio sobre “vitória na derrota” ser, no mínimo, contraditório. Acerca dessa realidade, Abner escreve que “a vida é muito mais do que os argumentos”. Ele cita o convívio com o seu cão Chamado Argus... Relata que o animal não é belo e não é eficiente quando se trata da defesa da casa. Em síntese, poder-se-ia dizer que se trata de um “cão inútil”, porém sua companhia faz parte da existência de Abner, que não admitiria descartá-lo... Arremata, então, com uma reflexão sobre quantas coisas nos são inúteis, porém indispensáveis... Conclui as ideias afirmando que o amor não reside na utilidade das coisas ou pessoas. As relações pessoais estão repletas de equívocos dessa natureza, e é por isso mesmo que tantos abandonos são notados...
O professor relata que as contradições que notamos em nossa vida suscitam questionamentos, e isso traz dinamismos, mas nos equivocamos quando imaginamos que deve haver uma necessidade de encontrarmos respostas para tudo... Cita o filósofo Henri Bergson sobre suas reflexões acerca dos vínculos que nos prendem à vida e as motivações que nos conduzem adiante... Bergson escreveu sobre o “elã vital”, que pode ser definido como a força que “nos leva adiante”. Abner sugere, então, que Alfredo deveria encontrar o seu “elã vital”... E o leva a refletir sobre o seu atual momento como propício para a interiorização e amadurecimento.
Novamente o professor deixa claro que suas sugestões eram bem conhecidas por ele porque já passara pelas mesmas experiências... Tinha a dizer, então, que havia se tornado “mais humano e misericordioso com o mundo”. Mesmo que “encontrassem respostas para tudo” o dilema da existência persistiria...
Ao final, Abner pergunta a Alfredo se ele já dedicara amor a alguma “realidade inútil”.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/06/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe-as.html
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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