quarta-feira, 13 de junho de 2012

Tempo de Esperas, de Fábio de Melo (PE.) – as lições que podemos tirar das contradições; o tempo sempre traz novos ares

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/06/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe-e_08.html antes de ler esta postagem:

Alfredo ficou indisposto... Um resfriado o deixou inibido para uma resposta que abordasse todos os pontos tratados por Abner em sua última carta. Apenas registrou que os dias mais frios são assim mesmo, e que o corpo acaba padecendo com as temperaturas mais baixas... Mas não há tragédia num simples resfriado que, quando bem tratado, “dura uma semana” e, se não cuidado, “dura oito dias”... Ele não perde o curso dos temas que vinham abordando, então emenda que também o resfriado colocava-o numa situação em que os limites de sua condição humana se revelavam... Privado de muitas coisas, vivia um “estado de fracassado”... Finalizou seu breve texto perguntando se há alguma glória em ficar resfriado...
O professor Abner, de sua parte, resolveu que mesmo aquele minúsculo bilhete era merecedor de reflexões mais elaboradas. Sua carta se inicia com uma apreciação acerca das contradições que vivenciamos. O resfriado do outro podia exemplificar a situação... A estação fria traz os seus encantos, mas curti-los e apreciá-los pode resultar em indisposições da respiração... Logo após trata novamente dos ideais da simplicidade.
Registrou que permaneceu por algum tempo observando um joão-de-barro na confecção de sua casa. Salientou que aquele episódio da natureza manifesta-se lenta e silenciosamente e é dessa forma que está integrado a ela, contribuindo com o seu encanto. O pequeno pássaro não foi adestrado para tornar-se eficiente naquilo que é a sua especialidade... Apenas executa, cumpre o seu papel, que é único. O professor finaliza o trecho concluindo que a realização é plena... O joão-de-barro não se aventurou às alturas como as águias, tampouco permaneceu no solo como as galinhas.
Sobre a ideia de o tempo ser um “remédio” para o desconforto provocado pelo resfriado, o professor Abner ensina que isso também se aplica aos momentos dolorosos, como aquela situação que Alfredo estava passando devido à perda que sofrera. O tempo passará e trará novos ares ao moço, mas ele deveria prestar atenção às mudanças para não permanecer imobilizado em seus sentimentos...
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/06/tempo-de-esperas-de-fabio-de-melo-pe_14.html
Leia: Tempo de Esperas. Editora Planeta.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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