Nesses casos há sempre os que se posicionam de modo mais radical e, de modo inflamado, pregam até mesmo o banimento dos escritores e seus textos. Outros são os que argumentam sobre as necessidades de contextualização dos autores e de suas obras...
É, porque nossa realidade é bem diferente daquela vivenciada por Lobato, nem é preciso insistir nisso. Você até pode dizer que (hoje) a cidadania ainda não é fato, que há muitos erros, sobretudo daqueles que deviam dar o exemplo a partir do poder que exercem. Mas há em nossa sociedade um desejo de que as atitudes de intolerância e outros abusos sejam cada vez mais repudiadas e punidas na forma da Lei.
O texto mais discutido tem sido o Caçadas de Pedrinho, que eu ainda não li, mas posso “mensurar” o debate com base nos conteúdos de outros livros do Lobato. Para quem tiver curiosidade, tempos atrás escrevi algo aqui mesmo (http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2010/10/sobre-chave-do-tamanho-de-monteiro.html).
Acabei de ler Viagem ao Céu, sobre o qual pretendo escrever aqui e no blog da Emef Teodomiro. É possível (se quisermos) tratar só dos aspectos preconceituosos neste e em qualquer outro texto, já que neles notamos inadmissíveis tratamentos dispensados à Tia Anastácia... Mas é claro que não teremos a menor possibilidade de um efetivo esclarecimento, já que não podemos debater com o autor em seu tempo e espaço.
Mas e então? Vamos defenestrar o Lobato, sua História e seus textos para o público infanto-juvenil? O Conselho Nacional de Educação, através do Parecer 152010 orienta os educadores do país em relação à contextualização que a obra e a nossa sociedade merecem. Mesmo essa atitude provoca a indignação de vários setores, que vêem nela autoritarismo e censura... Como se nota, a polêmica é pesada mesmo.
Há um abaixo-assinado em apoio a este perecer. O site da Apeoesp (apeoesp.org.br) está divulgando e se posicionando favoravelmente. Eu o assinei e deixo o link abaixo para quem se dispuser ao mesmo.
Um abraço,
Prof.Gilberto