quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Filme: Agonia e Glória

Indicação (16 anos)

Este filme é muito interessante... Eu o assisti há algum tempo. É um filme de guerras...
Sim, porque logo no início temos um cenário europeu (França) ao final da Primeira Guerra Mundial... Numa ocasião de tremenda nebulosidade, um sargento norte-americano avança por trincheiras e, sem saber do armistício, mata um oponente alemão (que dizia algo sobre sua rendição e o fim da guerra). O sargento é interpretado por Lee Marvin, que fez ainda muitíssimos outros filmes de guerra.
A Guerra terminara em 1918 e pouco antes havia sido estruturada a Primeira Divisão de Infantaria Americana (The Big Red One)... Não é por acaso que após o evento inicial, o sargento destaca um recorte de número 1 vermelho obtido de indumentária inimiga... Pois é esse recorte que vai bordado nos uniformes das tropas que caracterizam a Divisão.
O mesmo sargento (mais de 20 anos mais velho) passa a liderar a Big Red One e seus jovens soldados. Lutam na África e vencem a todas as adversidades... Aí temos a Guerra “revisitada”...

Juntamente com quatro dos jovens, o sargento participa de uma campanha lendária, partindo para os conflitos na Europa. Lutam na Sicília, participam do dia D, combatem os nazistas no leste europeu e, na França, travam os derradeiros conflitos. Dramática é a percepção de se retornar aos mesmos ambientes de tantos anos atrás... E neles enfrentar algumas emboscadas!

Temos uma “panelinha” formada pelo sargentão e os seus quatro jovens (os soldados Griff, Zab, Vinci e Johnson) que escapam quase ilesos a todos os bombardeios. O grupo tornou-se lendário... Os demais ouviam falar de suas proezas e queriam integrá-lo...
O filme leva-nos a acompanhar um dos quatro jovens soldados, da origem desse grupo, que ingressou na Infantaria com o objetivo de reportá-la em texto... Pois em 1980 surgiu um filme cheio de lacunas... Feito exatamente por alguém (Samuel Fuller) que havia estado em batalha durante a Segunda Guerra acompanhando a Big Red One. Seu material foi retomado mais de vinte anos depois por Richard Schickel que, graças aos computadores, restaurou o material e ainda acrescentou mais 40 minutos de ação.
Os demais soldados, que não fazem parte da “panelinha”, são chamados de “substitutos”... São apenas provisórios, já que não sobrevivem... As cenas são chocantes, pois mostram a “força humana” constituindo-se em arma destruidora dos inimigos... Era comum que os que primeiro avançavam contra o oponente tivessem morte certa... Seus corpos inertes eram pisoteados pelos demais, que precisavam avançar para alcançar o objetivo... Trágico...
Nas várias cenas os norte-americanos são os bondosos “salvadores das pátrias”... Os soldados são levados a crer que não cometiam assassinato, já que o inimigo é como um “animal”... Outros momentos são pitorescos ou "beiram" o absurdo, como a parte em que o menino ajuda os soldados a destruírem um canhão inimigo em troca de um funeral para a mãe que transporta de lá para cá em meio à guerra... Ou ainda a parte do manicômio dominado por nazistas e invadido pela Divisão, que promove um festival de metralhadas em meio aos que não têm como discernir o que é, ou não, natural...
A guerra acabou e os bravos soldados libertaram um campo de concentração... O nosso sargento carrega uma esquálida criança... Ele quer trazê-la à sobrevida... Mas não é que o ocorrido no início do filme se repete...

Um abraço,

Prof.Gilberto

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