Para hoje estou deixando esses fragmentos de Operário em construção, de Vinícius de Moraes. Eles são propostos, em caderno 3 de atividades para alunos de 2º ano do Médio, por SEE. De acordo com a proposta, a reflexão desses fragmentos é posterior a um exercício de “linha de montagem” na produção de barquinhos de papel (sugestão) em sala de aulas... Enfileirados, cada um exercendo uma das etapas da produção... Os alunos perceberão que o processo resultará em aceleração e aumento da produção... Tudo isso tem a ver com o clássico conteúdo da Revolução Industrial... Meu objetivo, porém, é destacar alguns exercícios que elaborei para a reflexão do poema. Mas isso é assunto para amanhã.
(...)
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
(...)
Um abraço,