No alto da escada estava Nancy...
Ela olhava na direção
da porta do escritório e viu quando Péricles se retirou. Desceu e o alcançou
antes que ele saísse da casa. Ele a abraçou assim que a viu. Ela quis saber o
que havia ocorrido e sua resposta foi direta... Não aconteceu nada e a pegaria
às quatro horas do dia seguinte. Estaria num carro estacionado em frente da
casa. Nancy disse que ele só podia estar louco...
Como iriam embora? No mesmo instante Péricles tirou o maço de notas do
bolso interno de seu paletó, garantiu que podiam partir. Entregou-lhe os $100.000
pedindo para que guardasse com ela. Nancy ficou encantada com a soma e quis
saber por que ele não lhe dissera a verdade sobre o dinheiro. Cinicamente,
Péricles respondeu que quisera provar se apenas o amor que lhe demonstrara antes
da chegada de Alvarez seria suficiente para convencê-la. Quis mostrar que sua
posição era delicada, pois nunca a ouvira dizer que o amava.
Mostrando-se
satisfeita com as explicações, Nancy o questionou se fazia falta uma palavra
sua a respeito de seus sentimentos por ele. Péricles garantiu que não, pois
sabia que ela o acompanharia a Montevidéu. Encaminharam-se à porta de saída e
ele se despediu com um “até às quatro” para uma nova vida.
(...)
Ela voltou ao
quarto... Colocou o maço de dinheiro numa gaveta junto à cabeceira da cama,
deitou-se e deixou escapar um “amanhã às quatro e viver de novo”. Adormeceu com
este pensamento.
(...)
A
vemos apenas no dia seguinte...
Os ponteiros do
relógio apontavam para as quatro horas. A tarde estava clara.
Nancy estava vestida
elegantemente para a viagem... Abriu a gaveta e retirou os $100.000. Sobre a
cama estavam as malas devidamente arrumadas.
A criada bateu à
porta em atendimento a um seu chamado. Nancy quis que ela confirmasse se Alvarez
já havia saído. A resposta da empregada foi negativa e ela se espantou, pois já
eram quatro da tarde. A moça disse-lhe que o patrão passara a noite em claro e
trabalhando.
Nancy pensou que tanto trabalho o havia atrasado... Quis saber se ele
estava de saída e a criada respondeu negativamente mais uma vez. Esclareceu
ainda que ele aguardava uma “visita muito importante”, certamente um senhor com
o qual falara por um bom tempo ao telefone. Mas quem seria este? A moça não
podia saber, pois o patrão fechara-se no escritório.
Uma vez que Nancy não tinha outras perguntas a fazer, dispensou a
criada. Dirigiu-se ao relógio e foi tomada por certa agitação... Tanto é que se
retirou às pressas do quarto. Desceu a escada e foi ter direto com Thomaz, a
quem perguntou se alguém a teria procurado.
Thomaz respondeu negativamente... Ela baixou o
olhar e perguntou-lhe as horas... Quatro e cinco. Voltou-se e caminhou em
frente ao escritório... A porta se abriu, Alvarez estava feliz e pegou-lhe os
braços... Perguntou-lhe se não estranhava o fato de ele ainda estar em casa
àquela hora. De modo ríspido, ela respondeu que nada que partisse dele lhe
causava qualquer estranhamento.
Nancy afastou as mãos
do marido bruscamente e perguntou com agressividade se não era ele mesmo que a queria acostumada com seus modos excêntricos. Ao notar a
agressividade de Nancy, Alvarez perguntou se ela estava de mau humor ou preocupada...
Ela respondeu com outra advertência ao dizer que ele nunca havia se
importado com suas preocupações. Alvarez mostrou-se inabalável e garantiu que a
partir daquele momento importava-se muito, pois o dia era de grandes novidades
para os dois. E ela se importaria em saber?
Ele
a levou ao escritório... Ela respondeu que tinha interesse de saber... Ele
disse que em pouco tempo, talvez em uma hora, “Lohengrin deixará de ser
Lohengrin”... Nancy cravou que não entendia nada do que ele dizia.
O que Alvarez queria
dizer é que “uma vida nova” estava a se abrir para ambos. Algo muito diferente
do que viviam até então. Então quis saber o que ela tinha a dizer sobre isso.
Ainda
demonstrando-se agressiva, Nancy respondeu que não tinha vontade de ouvir a
respeito de coisas que não entendia. Na sequência sentenciou que ia se retirar
e pediu que a deixasse sair.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2020/07/filme-dios-se-lo-pague-alvarez-chamou.html
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto