Ainda demonstrando agressividade, referindo-se à
ideia de que “Lohengrin deixaria de ser Lohengrin”, Nancy respondeu que não
tinha vontade de ouvir a respeito de coisas que não entendia. Na sequência pediu
que a deixasse se retirar e sentenciou que ia sair.
(...)
Alvarez colocou-se à
sua frente e disse que dessa vez não atenderia à sua vontade, pois desejava que
ficasse. Nancy mostrou-se indignada e disparou que o prazer do marido era
atormentá-la. Ele respondeu que era justamente o contrário... Disse isso e
olhou para o relógio. Quatro e dez... Nancy arregalou os olhos enquanto ele
anunciou que em breve chegaria um homem à casa.
Mas será que Alvarez estava sabendo do conluio entre ela e Péricles?
Thomaz apareceu à porta e anunciou que o homem se encontrava no hall.
Logicamente tratava-se do tipo ao qual a criada se referira há pouco em seu
quarto.
Aconteceu
que Alvarez solicitou ao Thomaz que pedisse ao senhor Richardson que entrasse.
Neste momento os olhos de Nancy ainda mais se arregalaram... Ela ficou de
frente para o marido e segurou-o pelos braços. Quis que ele confirmasse o nome
do visitante... Sim, Richardson.
Mario Alvarez
alertou-a de que assistiria à representação de uma comédia. Obviamente ela só
podia estar muito espantada. Ouviu ainda que a comédia seria “curta, mas
soberba” e que o título poderia ser “Aqui se faz, aqui se paga”.
Thomas
anunciou o senhor Richardson e os dois se viraram para a porta... Podemos
imaginar o coração de Nancy em batimentos nervosos.
(...)
O homem foi
entrando... Nancy observou que era um velho e ficou sem entender o que se
passava, mesmo assim Alvarez anunciou que ela permaneceria para acompanhar a
conversa ao seu pedido. O velho Richardson, que só podia ser pai de Péricles, começou
a interpor uma argumentação, mas foi interrompido por Alvarez que lembrou que
estava em sua casa.
Virando-se para
Nancy, Alvarez apresentou-lhe o velho... Tratava-se do presidente da Empresa de
Tecidos Richardson, “a mais importante do país”. E para mais destacar a
importância do empresário, fez referência a certo tear de seis lançadeiras simultâneas,
algo exclusivo de sua indústria e que tinha patente em nome do próprio
Richardson.
O velho empresário adiantou-se pedindo que se acabasse logo com o
encontro. Afinal, por que fora chamado àquela casa? Alvarez respondeu que era
por um motivo simples, embora tivesse trabalhado a noite inteira preparando
papéis que eram do interesse do velho.
Na sequência, pegou parte dos papéis e falou sobre a “nova organização
da planta de Richardson Sociedade Anônima”... Afirmou que uma nova direção se
consolidava... Uma nova intervenção, mudança de pessoal... A empresa teria o
nome alterado, mas isso seria informado mais tarde.
(...)
Começamos a entender que, através da compra de
ações, Mario Alvarez tornou-se dono da indústria de tecidos... Até sugeriu que
o outro permanecesse como um dos diretores subalternos...
Começamos a entender
que o tal velho era ludibriado pelo filho Péricles, o playboy esbanjador de seu
dinheiro em diversões supérfluas e entretenimentos de azar... E mais que isso:
entendemos que este mesmo homem havia sido seu patrão, que o arruinara no
passado e provocara o seu desentendimento com a pobre e ingênua Maria... O
levara à prisão!
Uma tragédia em vez de comédia como anunciara à Nancy... Ela não sabia
dos acontecimentos passados que ligavam os dois homens, mas já tomava
consciência de que se articulara ao filho do desafeto de seu marido numa trama cruel.
(...)
Alvarez
entregou alguns papéis ao velho Richardson... Neles encontraria algumas ordens
tecidas pelo novo proprietário da indústria de tecidos. O outro disparou que
aquilo era um absurdo. Com que direito lhe transmitiam ordens?
No mesmo instante,
Alvarez quis saber com que direito o velho achava que podia perguntar-lhe algo
referente às suas ordens... E foi então que revelou que se tornara dono da
maioria das ações da Têxtil Richardson.
O
velho empresário protestou dizendo que os papéis só podiam ter sido roubados...
Alvarez o corrigiu garantindo que as ações foram compradas uma a uma.
Mostrou-lhes os papéis que o mercado já sabia pertencerem a ele. Os títulos “ao
portador” estavam em suas mãos. O outro vociferou que foram roubados de seu
cofre.
Alvarez alertou-o que
sequer poderia provar o que acabava de dizer... A menos que pretendesse mandar
o próprio filho à prisão. No dia anterior, o rapaz havia vendido as últimas
ações ao agente que trabalhava para Alvarez por $10.000.
(...)
Neste
momento o rosto de Nancy é focalizado... Vemos que ela está atônita. Aquilo
explicava o ganho dos $10.000... Mas e os $100.000 que lhes foram entregues?
Indicação (não informada)
Um abraço,
Prof.Gilberto
