Zinha acompanhou Helena à escola da “mestra Madge”.
Logo que chegaram à sala de aulas, a moça disparou que estava ali para “desforrar” o que estavam fazendo com Helena. Vociferou que não admitiria nenhuma conversa e que até de sua casa era possível ouvir a gritaria.
Ela exigiu que cada um se colocasse no lugar determinado pela “mestra” Madge. Depois chamou um por um (Carlinhos, Júlio, Antônio, Maria Hilária,...) e definiu no livro a lição que deviam fazer.
Depois desse encaminhamento, um dos alunos teve a ousadia de soltar uma gargalhada... No mesmo instante, Zinha levantou-se, aproximou-se do tipo e beliscou-o “com vontade”. O menino teve de ficar de castigo, de pé e virado para a parede. Logo que se colocou no lugar estabelecido, tomou um “coque” desferido por Zinha em sua cabeça.
(...)
A sala ficou em
ordem... Zinha explicou à Helena que tinha o que fazer e se retirou
acrescentando que se eles aprontassem era só chamá-la novamente.
(...)
Foi
só o tempo de Zinha retirar-se da escola para a confusão recomeçar.
O que estava de
castigo saiu pela sala... Helena ordenou que retornasse, mas o tipo apenas
olhou para ela e pôs-se a rir.
Helena quis mostrar
autoridade e gritou com ele, mas foi como se gritasse às paredes.
Os demais começaram a
dizer que a “mestra estava sendo desafiada” e que o tipo indisciplinado fazia
caretas para ela.
Aquilo era o fim...
Helena já fazia promessa de “rezar um terço ajoelhada em cima de bagos de milho”
caso Nossa Senhora a livrasse daquele tormento.
(...)
Não havia mais o que fazer e, sem dar satisfações aos alunos, saiu em
disparada e novamente dirigiu-se à casa de Zinha.
Foi entrando e atirando-se ao sofá. Siá Donana viu o quanto Helena
chorava e quis saber o que se passava. Zinha respondeu à mãe que a pobrezinha
estava zangada.
Helena explicou que não tinha a quem recorrer.
Estava desesperada e disse que enlouquecia só de pensar que teria de voltar aos
alunos de tia Madge. Implorou à Donana que pedisse para Zinha socorrê-la.

Helena disse que também ela sofria muito por causa do tamanho respeito
que nutria por ela. Mas não deixou de acrescentar que esperava que Donana
convencesse a filha a ficar em seu lugar.
A
boa mulher ficou sensibilizada pela difícil situação em que Helena se
encontrava e pediu à Zinha que a socorresse... Afinal ela era mais velha e já
tinha alguma experiência.
Zinha acabou concordando...
Deu a entender que todos podiam passar sem aqueles apuros. Mais uma vez admitiu
que a “mestra” Madge fora má. Não era possível entender por que insistira com a
jovem sobrinha para substituí-la quando havia tantas outras moças que pretendiam
“dar escola”.
Zinha
comprometeu-se a vingar Helena daqueles “demônios”. Pediu que avisasse à tia
que só o fazia por causa disso.
(...)
Helena nem sabia como agradecer.
Retornou
para casa e encontrou o pai. Contou-lhe a respeito da dramática experiência e
pediu a ele que falasse com a tia Madge a respeito do desfecho acertado com
Zinha.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/07/minha-vida-de-menina-de-helena-morley.html
Leia: Minha
Vida de Menina. Companhia das Letras.
Um abraço,
Prof.Gilberto