sábado, 25 de março de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – o início do ritual “sutty”; Fogg e seu firme propósito de avançar sobre a pira; todos assombrados com a ressureição do rajá; a ousadia de Passepartout salvou a jovem viúva parse

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/03/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_24.html antes de ler esta postagem:

A situação era de muita tensão.
O parse entendia que não tinham mais o que fazer na área. Era impossível resgatar a jovem viúva que logo seria sacrificada no ritual “sutty”.
O rapaz pensava que o melhor seria prosseguirem a viagem e ganhar o tempo tão valorizado pelo inglês que o havia contratado. Mas Phileas Fogg se recusara a partir. Disse que bastava chegar à estação de Allahabad antes do meio-dia e que esperava nova oportunidade para agir em favor da vítima.
O general Cromarty achava que Fogg colocava-os em situação temerária. Mesmo assim não objetou e decidiu permanecer no “campo de batalha” até o fim.
Passepartout parecia colocar-se à parte. Acomodou-se em uns galhos, observava o cenário inimigo e planejava algo que não ousava compartilhar com os demais.
(...)
O tempo passou. Logo o dia amanheceria, mas a escuridão ainda dominava.
Passepartout retirou-se de sua posição sem ser notado e embrenhou-se pela mata.
Os fanáticos despertaram de seu sono entorpecido. Aos poucos a animação tomou conta de todos os fiéis. Os sons dos instrumentos foram ouvidos ao longe.
Voltaram a entoar os cânticos monótonos da véspera. Tudo indicava que em breve ocorreria o holocausto.
Levaram a bela e jovem viúva para o cenário do ritual. Tudo indicava que já não teria como escapar.
Neste momento Cromarty entendeu que a oportunidade que Fogg esperava não ocorreria. Ele agarrou a mão do outro e percebeu que havia uma navalha nela.
Enquanto a prisioneira era conduzida por faquires que pronunciavam estranhas frases próprias do ritual, a multidão se agitava para acompanhar o passo a passo dos momentos derradeiros.
Fogg foi seguido por Cromarty e o guia parse. Não demorou e misturaram-se aos hindus. Chegaram às margens do rio e posicionaram-se a poucos passos da armação de toras onde estava o cadáver do rajá.
(...)
Eles viram quando a viúva totalmente desfalecida foi estirada junto aos pés do rajá morto. Acenderam uma tocha que daria início à queima da pira.
Fogg quis partir para cima da fogueira e atacar os algozes, mas foi contido pelo general Cromarty e pelo parse.
Convicto de seus propósitos, ele se desvencilhou dos companheiros. De repente teve início uma louca gritaria. Os fanáticos se apavoraram e muitos foram os que se atiraram ao solo quando viram o rajá levantar-se.
Algo assustador! A fumaça provocada pela queima do cânhamo entorpecia e criava uma névoa fantasmagórica. Enquanto isso, o príncipe ressuscitado pegava a princesa em seus braços.
Ele desceu da armação e passou no meio da multidão assombrada. Os sacerdotes, faquires e guardas também foram tomados pelo terror. Não ousavam olhar para o rajá, que prosseguiu carregando sua esposa desfalecida.
(...)
O episódio foi de tal forma chocante que Fogg e Cromarty nem se deram conta de que estavam de pé e em destaque no meio da multidão... O guia parse permaneceu compenetrado sem se atrever a encarar o magnífico evento.
A surpresa foi o rajá ressuscitado aproximar-se deles e dar ordem de fuga imediata. Ninguém menos do que Passepartout havia tomado a iniciativa de aproveitar a falta de visibilidade provocada pela espessa fumaça para colocar-se na pira.
Sua ousadia resultara em positiva, pois conseguiu resgatar a moça e passar incólume pelos sacerdotes, guardas e fanáticos.
(...)
Sem tempo para trocar palavras de esclarecimentos, os quatro seguiram para o local onde estava o elefante. Acomodaram a jovem viúva desfalecida e abriram fuga.
Não demorou e os gritos dos fanáticos em perseguição foram ouvidos. Um tiro foi disparado e o projétil varou o chapéu de Phileas Fogg... Mas o trote de Kiuni era suficiente para abrirem distância.
E isso foi providencial porque logo os sacerdotes recuperaram a razão e viram que o cadáver do rajá ardia na pira e que aquela que seria sacrificada havia sido raptada.
A perseguição deu-se em ineficaz graças à velocidade do elefante.
Sem dúvida, uma aventura e tanto. Sem dúvida, um “final feliz”.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas