quarta-feira, 8 de março de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – de como Fogg comprou o elefante Kiuni para o transporte até Allahabad

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/03/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_5.html antes de ler esta postagem:

Phileas Fogg previra certos entraves à sua viagem... Registrava em sua planilha os horários de chegada e de partida, portanto tinha noção exata do tempo que lhe restava para cumprir a volta ao mundo em oitenta dias... Sabia se estava atrasado ou adiantado.
Para tranquilizar o general, Fogg explicou que estava tudo sob controle, pois até ali conseguira uma “folga de dois dias”. Era 22 de outubro e ele sabia que podia chegar a Calcutá no dia 25, quando sairia um vapor para Hong Kong ao meio-dia.
(...)
Era apenas uma questão de encontrar um meio de transporte que os levasse até Allahabad... Chegariam a tempo!
Os demais passageiros já haviam providenciado os veículos para a viagem de oitenta quilômetros. No povoado encontraram “palkigharis de quatro rodas (charretes puxadas por zebus), carruagens, palanquins, pôneis...”
Phileas Fogg e o amigo general deram uma volta, mas já não havia nada que pudessem alugar... O aventureiro sentenciou que percorreria o trajeto a pé.
Foi então que Passepartout, que também havia saído em busca de transporte, interveio dizendo que encontrara alternativa: um elefante que pertencia a um senhor que morava a poucos passos de onde estavam.
Fogg decidiu que deviam tratar com o indiano.
(...)
Seguiram para o casebre indicado por Passepartout. O homem os recebeu e logo falaram a respeito do interesse dos viajantes.
O grande animal não era criado para se tornar “besta de carga”, mas para ser usado “em combate”... O proprietário cuidava de alimentá-lo com açúcar e manteiga com a intenção de torná-lo mais agressivo. Já fazia três meses que iniciara o “tratamento”.
O animal originalmente dócil se tornaria agressivo, adquiriria o “mutsh”, que na língua dos indianos era algo como “temperamento da raiva”. Mesmo assim, Fogg entendeu que não podia perder a oportunidade. Não era possível que o elefante saísse a derrubar tudo o que encontrasse pela frente, pois ainda não dera tempo de transformá-lo tal como o indiano desejava.
O elefante chamava-se Kiuni... Seu porte avantajado dava a entender que avançaria a boa velocidade. O transporte até Allahabad não seria mais problema.
Todavia não seria fácil convencer o dono. Ele sabia que os elefantes estavam escassos. Os circos os adquiriam a elevados preços...
Fogg manifestou o seu interesse de alugar o animal, mas o indiano recusou no mesmo instante.
Por mais que Fogg se mostrasse disposto a pagar bem pela utilização da montaria (chegou a 40 libras por hora!), o indivíduo negava terminantemente.
(...)
Phileas Fogg não desistiu e perguntou ao homem se ele venderia Kiuni por mil libras.
Passepartout se espantou com a oferta anunciada... O general Cromarty achou que o excêntrico companheiro de viagem precisava refletir melhor a respeito do que estava tratando, por isso o chamou a um canto.
Fogg explicou que seus atos eram resultado de apuradas reflexões... Sua prioridade era cumprir a “volta ao mundo em oitenta dias”, o que poderia render-lhe 20 mil libras. Sabia que precisava do elefante e que, se fosse necessário, ofereceria ainda mais por ele.
Depois de responder ao general, Fogg voltou-se para o indiano e aumentou sua oferta... 1200, 1500, 1800, até chegar às duas mil libras!
Passepartout ainda mais se espantou com a impetuosidade do patrão.
(...)
O dono do elefante aceitou a irrecusável oferta.
Fogg contratou um rapaz parse, conhecedor do ofício de “mahut”, para conduzi-los de elefante até a estação de Allahabad. Prometeu-lhe uma boa recompensa assim que chegassem ao destino.
O moço ajeitou uma manta no lombo do elefante e dois cestos nas laterais do grande animal.
Cromarty aceitou a carona...
Ainda em Kholby compraram algumas provisões... Fogg e o general acomodaram-se cada um num dos cestos... Passepartout instalou-se no lombo do elefante. O parse tomou sua posição de condutor ao montar no pescoço de Kiuni.
Partiram às nove da manhã.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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