domingo, 15 de maio de 2011

Considerações sobre As Mais Belas Histórias da Antiguidade Clássica – Os Mitos da Grécia e de Roma – Volume III, de Gustav Schwab

Há não muito tempo li este As Mais Belas Histórias da Antiguidade Clássica – Os Mitos da Grécia e de Roma – Volume III: Odisseu e Eneias. É uma tradução de Hildegard Herbold do material elaborado por Gustav Schwab. Sinceramente não conheço os outros volumes. Este, que comprei num sebo, é de 1997.
Todos aí devem saber que Odisseu é personagem de Ilíada e Odisseia, de Homero; e que Eneias é personagem de Eneida, de Virgílio. Os textos atribuídos a Homero são epopeias e narram a Guerra entre gregos e troianos, além do retorno acidentado de Ulisses (Odisseu) à sua terra, Ítaca. No livro temos o relato sobre Odisseia. Já o texto de Virgílio é a epopeia de Eneias, herói da destruída Tróia, que busca, com seus soldados e famílias troianas sobreviventes, uma nova terra onde possam reconstruir o seu povo.


Nem todo mundo aceita esse tipo de adaptação feito por Schwab... De tantas formas já reescreveram as aventuras e desventuras de Odisseu em seu retorno à Grécia, que a leitura de mais esta adaptação pode nos levar a compará-las e a definir se é boa ou não. Na adolescência li textos adaptados de Skakespeare (lembro-me de Hamlet)... Acho que o proveito está no contato com os autores, a temática e o conteúdo. Se a leitura de uma adaptação estimula o leitor a buscar o texto mais próximo do original, cumpriu bom papel.
Os gregos venceram Tróia e retornaram ao seu país. Alguns, porém, não tiveram a mesma sorte e pereceram a caminho ou permaneceram errantes nas ilhas nem sempre receptivas aos estrangeiros. Em Ítaca aguardaram o retorno do herói Odisseu, mas depois de dez anos a maioria contava como certa a sua ruína. Sua esposa Penélope era cortejada por inúmeros pretendentes. Seu filho Telêmaco não suportava os abusos de marmanjos vindos de longe para disputarem a sua bela mãe, enquanto esbanjavam-se em banquetes servidos pelos criados da casa, graças ao abate dos animais mais vistosos. Entre esses pretendentes estavam Antínoo, que era o mais relutante, e Eurímaco, entre muitos outros. Penélope, por sua vez usava os mais variados artifícios para adiar sua decisão. Ela e o filho eram dos poucos ainda a crerem no retorno de Odisseu.


Por outro lado temos a situação dos sobreviventes troianos... Como citei anteriormente, o problema de Eneias se resume a encontrar lugar seguro onde possa reestruturar sua pátria.
Em várias ocasiões as divindades interferem nos destinos dos mortais... Isso é percebido nos dois relatos. As divindades tomam partido e, assim, os dramas pessoais dos heróis são agravados ou minorados. Atena favorece Odisseu, que sofre difíceis situações provocadas por Éolo. Eneias tem o favorecimento de Vênus, mas sofre com as armações de Juno.



Eneias foi predestinado (por Júpiter) a fundar Roma, que estaria destinada a “dominar o mundo”. Interessante observar como uma de suas primeiras estadias é Cartago, governada por Dido. A rainha o recebe muito bem e por ele se apaixona. O herói troiano contribui com a construção do reino de Dido, mas é alertado por Mercúrio (enviado por Júpiter) a deixar Cartago... Amargurada, Dido suicida-se... Todos sabem que (mais tarde) Roma e Cartago rivalizaram-se nas Guerras Púnicas.
Eneias seguiu para a Hespéria, o seu destino... O rei dos latinos viu os sinais divinos da chegada do troiano e lhe prometeu a filha, Lavínia, em casamento... Mas Juno atiça o ódio no coração de Turno, antigo pretendente de Lavínia. O destino de Eneias se cumpre, não sem antes o herói vencer a sangrenta guerra contra Turno e seus rútulos... O ato final é a morte de Turno, em duelo, pela espada de Eneias.


É sob o disfarce de um maltrapilho mendigo que Odisseu consegue chegar ao seu palácio. Ele fora ajudado pelo seu antigo serviçal, o porqueiro Eumeu. Este mostrou-se bom anfitrião, devotado e temente aos Deuses. Atena conduziu Odisseu ao confronto com os pretendentes de sua esposa... O herói passou por humilhações, mas no momento determinado pela Deusa, e com a ajuda de Telêmaco e de Eumeu, derrotou um a um de seus oponentes. É claro que a morte de filhos ilustres provocou a ira de cidadãos das várias polis e muitos exércitos levantaram-se contra Odisseu. Graças à intervenção de Atena (mais uma vez) os gregos pacificam-se e param a carnificina. Na figura de Mentor, ela faz a súplica para que não desagradem ao trovejante onipotente... Então a paz atinge o coração de todos, que passam a homenagear Odisseu como rei e protetor.


Leia: As Mais Belas Histórias da Antiguidade Clássica – Os Mitos da Grécia e de Roma – Volume III: Odisseu e Eneias. Editora Paz e Terra.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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