Esses fragmentos não são difíceis de serem obtidos. Tenho em casa um volume de Documentos de História do Brasil (Scipione), de Mary Del Priore, Maria de Fátima das Neves e Francisco Alembert, em que o documento é apresentado a partir de E. Carone: Movimento Operário no Brasil (1877-1944). O formato aqui apresentado foi recolhido de outra coletânea.
Fragmentos de “O Estado de São Paulo” de 11 de julho de 1917
“Ontem foram distribuídos boletins com os seguintes dizeres:
http://seuluiz.blogspot.com/2009_04_19_archive.html |
‘Soldados! Não deveis perseguir os nossos irmãos de miséria. Vós também sois da grande massa popular, e, se hoje vestis a farda, voltareis a ser amanhã os camponeses que cultivam a terra, ou os operários explorados das fábricas e oficinas.
A fome reina em nossos lares, e os nossos filhos pedem pão. Os perniciosos patrões contam para sufocar as nossas reclamações, com as armas que vos armaram, oh! Soldados.
Essas armas eles vo-las deram para garantir o seu direito de esfomear o povo.
Mas, soldados, não façais o jogo dos grandes industriais que não têm pátria.
Lembrai-vos que o soldado do Brasil sempre se opôs à tirania e ao assassinato das liberdades.
O soldado brasileiro recusou-se no Rio, em 81 (1881), a atirar sobre o povo, quando protestava contra o imposto do vintém, e, até o dia 13 de maio de 1888, recusou-se a ir contra os escravos que se rebelavam fugindo ao cativeiro.
Que belo exemplo a imitar! Não vos presteis, soldados! Servir de instrumento de opressão dos Matarazzo, Crespi, Gamba, Hoffman etc..., os capitalistas que levam a fome ao lar dos pobres. Soldados! Cumpri o vosso dever de homem! Os grevistas são vossos irmãos na miséria e no sofrimento: os grevistas morrem de fome, ao passo que os patrões morrem de indigestão!
Soldados! Recusai-vos ao papel de carrasco!’”
Um abraço,
Prof.Gilberto