sexta-feira, 6 de maio de 2011

Fragmentos selecionados de História Econômica do Brasil e de História Econômica Geral e do Brasil

Apresento esses dois fragmentos de livros de História Econômica.
O primeiro deles é do clássico História Econômica do Brasil, de Caio Prado Júnior. A partir da leitura, podemos confirmar as informações sobre como o tráfico negreiro exigia investimentos vultosos, e o seu fim possibilitou o investimento em outras atividades econômicas... Como a indústria.
O segundo é de História Econômica Geral e do Brasil, de Haddock Lobo. A partir da leitura, podemos confirmar informações que relacionam o “surto” industrial do país ao tempo da Primeira Guerra Mundial.


Fragmentos de Caio Prado Júnior extraídos de História Econômica do Brasil.

A abolição do tráfico africano introduz assim na evolução econômica do Brasil um elemento de dissociação. Mas além dessa conseqüência geral e profunda, ela terá direta e imediatamente outros efeitos que se farão sentir logo em seguida. O tráfico absorvera até então uma parcela considerável de atividades, e constituía, pode-se dizer, o maior negócio brasileiro da época. Cinqüenta mil escravos importados anualmente, num valor global de outros tantos contos de réis, equivaliam aproximadamente à importação total de outras mercadorias pela mesma época. Subitamente cessa o negócio (porque a abolição do tráfico fora, (...), brusca), e as atividades e pessoas nele ocupadas se acharão deslocadas, e com elas os capitais investidos que nas finanças restritas da época representam parcela avultada. Assistimos então àquilo que é normal em situações semelhantes: a ativação dos negócios em outros setores.


Fragmentos de Haddock Lobo extraídos de História Econômica Geral e do Brasil.
“A primeira guerra mundial e as indústrias”
O café, não sem tropeços, continuava a prevalecer na economia nacional e as indústrias foram progredindo sem muita rapidez, até que sobreveio a guerra de 1914. Experimentaram elas, então um surto animador, em virtude da falta de artigos europeus, e o governo lhes proporcionou eficiente amparo. Em São Paulo, onde, devido à lavoura cafeeira, havia algum capital e maiores possibilidades de consumo, surgiram fábricas à granel, e dos mais variados produtos. Outras se formaram no Rio de Janeiro, e ainda outras, em menor número, em diversos pontos do país. Em Minas, Juiz de Fora firmou-se como um de nossos importantes centros industriais. A qualidade dos artigos aqui fabricados começou a melhorar sensivelmente, embora fosse necessário importar as máquinas. Progrediram especialmente, as indústrias de tecidos, notadamente as de algodão, para as quais tínhamos a principal matéria-prima.



Leia: História Econômica Geral e do BrasilEditora Atlas.
Leia: História Econômica do Brasil. Editora Brasiliense.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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