sábado, 21 de maio de 2011

O Menino do Pijama Listrado, de John Boyne - Segunda Parte

Talvez seja interessante você acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/05/o-menino-do-pijama-listrado-de-john.html antes de ler esta postagem:


Bruno tornou-se solitário. O que mais gostaria de fazer era brincar com outras crianças e explorar coisas e lugares, mas isso não lhe seria permitido... Curioso como era, não demorou a notar, de sua janela, a existência de uma enorme cerca a certa distância, e que do outro lado havia muita gente que usava roupas que lembram um pijama listrado em tons acinzentados. Em seu raciocínio, o garoto imaginava o que podia ser o “outro lado”, o que as pessoas faziam por lá, se haveria crianças, se estavam sempre tranquilos a ponto de nunca precisarem trocar a roupa de dormir... Seus pensamentos eram muito fantasiosos, bem próprios de uma criança a quem não fazem questão de esclarecer o mundo em que ela vive.
Em Haja Vista, Bruno pensava na avó paterna, Nathalie, uma apreciadora das artes, que cantava e tocava piano muito bem, e gostava de organizar apresentações em que ele e Gretel encenavam e declamavam à família em ocasiões como o natal... A avó nunca aceitou o envolvimento do filho com o Nazismo. Neste ponto ela discordava do marido Matthias, que apoiava Ralf, o partido e o Fúria.


Mas, de toda a narrativa, o que nos interessa mesmo é o encontro de Bruno com Shmuel. O alemão caminhou por longas horas perseguindo a cerca sem encontrar o seu fim... Mas ao longe avistou um ponto que se tornou uma mancha que virou um vulto... Uma pessoa... O menino. Os dois conversam sobre os seus “mundos”. O leitor pode aprender, através das palavras de Shmuel, sobre o que foram as leis antissemitas... As palavras singelas de Shmuel mostram como a família teve de se adaptar às mudanças e exigências impostas. Bruno fica sabendo pelo amigo que estavam na Polônia, e não na Alemanha, como pensava... Bruno mostra que tem orgulho de seu pai e de seu ofício, Shmuel mostra que não conhece soldado que seja bom... Ao descrever sua passagem pelo gueto em que foram obrigados a viver, Shmuel deixa Bruno perplexo, já que sua vida sempre foi muito confortável, nada comparável a viver em um quarto com mais de dez pessoas apinhadas... As duas crianças se encontrarão com frequência, sempre que Bruno consegue realizar suas caminhadas até o mesmo ponto da cerca.
Bruno sente que alguma coisa está errada, já que nota o amigo mais frágil a cada encontro... Leva frutas e outros lanches a Shmuel. Vira as agressões do tenente Kotler contra Pavel... E de longe, já havia percebido a violência dos soldados contra os de pijama, portanto ao ver Shmuel com o rosto espancado sentiu-se constrangido. Apesar dos dissabores, os amigos planejavam um dia brincarem juntos.
No percurso... A avó de Bruno faleceu e a família retornou à antiga casa em Berlim... Bruno percebia que seu passado estava desvinculado de seus sentimentos mais recentes... Sequer se lembrava os nomes dos amigos de escola... Em Haja Vista tinha aulas com Herr Liszt, que buscava incutir-lhe a História da Alemanha e o seu “futuro glorioso”... É claro que essas ideias eram compartilhadas e endossadas pelo pai... Gretel as assumia e mostrava interesse pelo desenrolar da guerra, registrando-o em mapas (colados em seu quarto) com pinos coloridos.


Leia: O Menino do Pijama Listrado. Cia. Das Letras.
Há uma terceira parte. Até lá.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/05/o-menino-do-pijama-listrado-de-john_8078.html
Um abraço,
Prof.Gilberto

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